Impactos do azoto nas pastagens de explorações leiteiras
A produção animal, nomeadamente a produção de bovinos leiteiros, baseada num sistema de pastoreio rotacional anual, é o pilar da economia do sector primário açoriano.
Nas últimas décadas, tem-se verificado uma tendência para um sistema de bovinicultura mais intensivo, recorrendo a maiores inputs de adubações. Este sistema utiliza maiores encabeçamentos e maiores produções. Essa intensificação conduz a riscos com efeitos prejudiciais para o ambiente.
Estas são as principais conclusões da tese de Mestrado em Produção Animal de Cristina Maria Rodrigues Melo da Silveira e Silva, orientada pelo Professor Catedrático Alfredo Emílio Silveira de Borba do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores.
Nesse trabalho estudaram-se 15 explorações de bovinos leiteiros na ilha Terceira-Açores, nomeadamente as excreções de azoto e o teor de ureia no leite, o qual é um bom indicador do nível de alimentação proteica da vaca leiteira. Verificou-se que quanto maior é o nível de adubação da pastagem maior é o nível de proteína bruta que entra na nutrição dos animais, podendo-se ultrapassar os níveis nuticionalmente aconselhados a vacas leiteiras se as adubações forem superiores a 40 unidades de azoto por hectar.
Neste contexto, verifica-se que a adubação azotada em doses elevadas onde não é necessária, tem impactos ambientais negativos, essencialmente ao nível da qualidade da água e das emissões atmosféricas de óxidos de azoto.
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