DEBATE ASSINALA PRIMEIRO ANO DO CURSO
Magda Carvalho, diretora do curso de Filosofia e Cultura Portuguesa, faz um balanço positivo do arranque desta licenciatura na Universidade dos Açores. A professora disse a DI que os resultados da implementação deste curso em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada "são compensadores", apesar das dificuldades em manter uma licenciatura com duas turmas em lugares distintos. "Trazer a Filosofia e a Cultura Portuguesa para a Terceira representa, para nós, um investimento nas Humanidades - área por excelência ligada à história e à tradição desta ilha - e é um passo natural na missão da UAç", sublinhou. Ainda assim, recordou, por uma questão de estruturação da oferta letiva, o curso não abrirá vagas para o primeiro ano em 2011/2012. Para assinalar o fim do primeiro ano deste curso, o departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais organiza amanhã pelas 18h uma sessão dedicada ao tema "Corpo, Afetividade e Finitude". A sessão, que decorre no anfiteatro do campus do Pico da Urze, pretende ser um conversa cruzada entre especialistas das áreas da Filosofia, Saúde e Religião. Assim, juntam-se à conversa os professores Isabel e Michel Renaud, da Universidade de Lisboa, o padre Adriano Borges, do Seminário Episcopal de Angra, e a enfermeira Sandra Martins Pereira, da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo. A moderação do debate ficará a cargo de Caetano Tomás. "Julgamos que será curioso perceber de que forma essas perspetivas se articulam e complementam. Em termos filosóficos, por exemplo, a abordagem do corpo pode consistir, por exemplo, numa problematização de caráter fenomenológico. Já em termos clínicos ou religiosos, a abordagem será substancialmente diferente. Não podemos dizer que nenhuma delas seja a forma correta de entender o corpo, mas que todas contribuem para uma perspetivação multifacetada e rica de uma mesma realidade", frisa. A questão, diz, é intemporal, até porque "a relação entre a dimensão espiritual e a dimensão corporal do ser humano sempre fascinou os pensadores". "Como é que se reúnem em nós estes dois princípios? E como nos relacionamos com ambos? Qual dos dois constitui verdadeiramente a nossa identidade? São questões que dizem respeito a qualquer ser humano e que nos devem fazer pensar", frisa a professora.
(in Diário Insular)
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