sexta-feira, setembro 11, 2009

Finanças Regionais: Carlos César admite reforço de verbas para a Madeira, desde que Açores tenham aumento proporcional

O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, admitiu hoje aceitar um reforço das transferências de verbas da Lei de Finanças Regionais para a Madeira, desde que os Açores também recebam um aumento proporcional. "Eu concordo sempre com qualquer revisão da Lei de Finanças Regionais, desde que não prejudique os Açores", afirmou Carlos César, frisando que "dar mais dinheiro à Madeira, sem dar mais aos Açores, na mesma proporção, é prejudicar o princípio de justiça e dos sobrecustos que representa governar, viver e ter economia nos Açores". Carlos César, que falava no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores, a decorrer na Horta, Faial, defendeu que os Açores têm de continuar a ter uma "discriminação positiva" em relação à Madeira, criticando o facto do PCP, CDS/PP e PSD estarem juntos na defesa do aumento das transferências de verbas do Estado para a Madeira. Na sua intervenção perante os deputados açorianos, o presidente do executivo regional referiu-se também à "figura triste" que a líder nacional do PSD fez durante a recente deslocação à Madeira, considerando que Manuela Ferreira Leite utilizou "um carro oficial" para fazer campanha eleitoral pelo seu partido. Na sessão desta manhã do parlamento açoriano, o líder parlamentar do PS, Hélder Silva, apresentou uma declaração política de apelo ao voto nos socialistas nas legislativas, considerando que só com um governo de José Sócrates é que os Açores poderão ter "mais autonomia política e financeira". "Com Manuela Ferreira Leite, pelo contrário, teremos uma revisitação da história e a total incompreensão do Governo da República relativamente à nossa realidade insular", frisou o líder do grupo parlamentar socialista. Na resposta, o líder da bancada do PSD, António Marinho, lembrou que, apesar do bom relacionamento que existe entre o Governo Regional e o Governo da República, os Açores continuam a ter "casos pendentes" não resolvidos pelo Estado, como o pagamento da dívida à Electricidade dos Açores (EDA), o financiamento da Universidade dos Açores e a redução de verbas do PIDDAC, entre outras. Por seu lado, Artur Lima, do CDS/PP, criticou a declaração política socialista, considerando que os açorianos não devem apoiar um governo liderado por José Sócrates, "que fez disparar o desemprego, endividou o país e deixou aumentar a insegurança". Paulo Estevão, do PPM, também criticou a declaração socialista, considerando-a "própria de uma ditadura" e uma "chantagem política", alegando que os socialistas tentam "comprar os votos dos açorianos com dinheiro". Aníbal Pires, do PCP, lamentou a "forma redutora" como o líder parlamentar do PS colocou as questões, ao resumir as eleições legislativas à escolha entre Manuela Ferreira Leite e José Sócrates. O Bloco de Esquerda foi o único partido com assento na Assembleia Legislativa Regional que não participou neste debate.
(in RF. Lusa)

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