segunda-feira, março 09, 2009

Os Velhos do Restelo de Angra

Paulo Noval
Imaginem que Angra é uma cidade com um dinamismo cultural que faz jus à sua história e ao seu património; imaginem que o centro da cidade não tem edifícios devolutos, que as ruas, ruelas e calçadas estão arranjadas e cuidadas; imaginem que centenas de jovens instalaram-se na cidade porque a Câmara conseguiu criar mecanismos que possibilitem rendas baixas para quem está no início da sua vida profissional; imaginem que é comum ver-se grupos de turistas acompanhados por um guia, descobrindo as riquezas da cidade património; imaginem que a poluição sonora é diminuta no centro histórico pelo facto de o trânsito ser quase inexistente; imaginem que no novo campus da Universidade dos Açores há todo um conjunto de programas para investigação, pós-graduações e doutoramentos, frutos de um protocolo firmado entre a Câmara de Angra, a Universidade dos Açores e o Governo Regional; imaginem que, no Inverno, a cidade tem os hotéis sempre com boa lotação por causa dos inúmeros congressos que se realizam, pois a parceria com as agências de viagens, a Câmara de Comércio e a Universidade é uma aposta acertada; imaginem, por fim, que sempre houve água em abundância no concelho porque, nos Açores este bem essencial e vital para um povo insular, é tratado como tal: um bem sagrado.
Os maldizentes, ao contrário do que alega a Presidente da Câmara, Andreia Cardoso, não dizem mal nem da Terceira nem de Angra; dizem mal de quem está no poder e que, ou por incompetência ou por incúria, não consegue fazer progredir esta terra. Os maldizentes, ao contrário do que a Presidente alega, amam a sua terra e, por lhe querer o melhor, não conseguem calar-se perante o que consideram de políticas erradas ou inexistentes.
Oportunidades: todos têm direito a, pelo menos, uma. Porém, o Partido Socialista teve até agora demasiadas oportunidades para dar a volta à situação, sem obter resultados francamente satisfatórios, considerando o potencial de Angra. Nenhum munícipe de Angra pode esquecer de quem foi a governação camarária nesta última década.
Na entrevista que Andreia Cardoso concedeu ao DI, as propostas que faz são positivas, sem no entanto demonstrar novidade, ainda para mais quando é a própria a presidir a edilidade. Porquê esperar pelas eleições para concretizar essas ideias? De boas intenções, está a política cheia.
Fazendo parte do rol dos supostos “Velhos de Restelo”, não consigo ficar passivo ou calado quando vejo que a terra que me deu e me dá tantas alegrias está a ficar para trás. Por isso, rompendo com ideologias e partidarismos, estou inteiramente disponível para dar todo o meu contributo a quem o desejar.

(In Complot)

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