Oito focas observadas nos Açores desde 2002
Desde 2002, foram encontradas nos Açores oito focas, de diferentes espécies. A ocorrência destes mamíferos nos Açores não era detectada desde 1988, quando um espécime de “phoca vitulina” apareceu de São Miguel. A informação sobre o registo de focas no arquipélago, desde 1582 até Agosto de 2008, está num artigo publicado na revista cientifica “Mammalia”, da autoria do biólogo e investigador da Universidade dos Açores, João Pedro Barreiros, em parceria com Mónica Silva (IMAR), Cristina Brito (Faculdade Nova de Lisboa) e Sara Santos (direcção regional do Ambiente). No artigo intitulado “Historic and reccent occurences of pinnipeds in the archipelago of the Azores”, é avançado que existem relatos históricos de Gaspar Frutuoso, datados de 1582, que dão conta da existência, na costa da ilha de Santa Maria, de focas “monge do mediterrâneo” (monachus monachus). No entanto, estas focas terão sido extintas pelos colonizadores. Ao longo do século XX, são cinco as focas com ocorrência registada no arquipélago. Esta observação intensifica-se nos últimos anos, já não em relação à “monachus monachus”, mas a espécies como “pagophilus groenlandicua” ou “cristophora cristata”.Os espécimes apareceram em várias ilhas, quer vivos como em decomposição. A seis de Julho de 2006, uma foca “cristophora cristata” passou todo o dia a nadar no porto das Velas.Uma carcaça em decomposição foi detectada em Abril de 2007 na Terceira. Através da estrutura dentária e medidas do cérebro, o animal foi identificado como uma foca cinzenta (halochoerus grypus).
CausasA primeira vez que uma foca que não era da espécie “monachus monachus” é vista nos Açores é em 1970.O registo crescente destas espécies não habituais na Região deve estar relacionado, de acordo com o artigo, com a implementação de uma rede de observação de cetáceos nos Açores e com o aumento do conhecimento da população sobre a matéria.De acordo o artigo, não há padrão espacial ou temporal na detecção de focas, nem esta está ligada a eventos marítimos ou climáticos anormais na Região. As focas detectadas desde 2002 nos Açores podem ser originárias da costa atlântica dos Estados Unidos da América e das colónias localizadas nas ilhas britânicas e na França.No entanto, no caso das focas jovens que terão saído das colónias, presume-se que as correntes à superfície as afastassem dos Açores. “Sem mais informações sobre a morfométrica e genética destes animais, só podemos especular sobre a população de origem ou a rota tomada pelas focas perdidas nos Açores”, conclui o artigo.
Focas monge“Existem muitos lobos marinhos (focas) ao longo da costa (da ilha de Santa Maria), e algumas vezes eles (pescadores) tiram-nas das grutas onde elas dormem, e esta é a razão pela qual os pescadores não usam aparelhos de fundo para apanhar lagostas”, porque as focas os danificam. O relato é de Gaspar Frutuoso, nos finais do século XVI.O naturalista açoriano refere ainda três grutas na ilha de Santa Maria “onde as focas monge descansavam e dormiam e das quais eram vistas muitas vezes a partir ou a chegar”. Frutoso referia-se às focas monge que habitavam a ilha das Flores e que devem ter sido caçadas até à extinção.Esta é a única população de focas nos Açores de que se tem relato, não existindo registos de detecção de focas de 1680 até ao inicio do século XX.Actualmente, há apenas uma população de focas em Portugal, localizada nas ilhas Desertas do arquipélago da Madeira.Nas ilhas desertas da madeira, 24 focas “monge do mediterrâneo” ainda habitam.A população mundial desta espécie de foca em vias de extinção está estimada em 500 indivíduos.
(In Diário Insular)
CausasA primeira vez que uma foca que não era da espécie “monachus monachus” é vista nos Açores é em 1970.O registo crescente destas espécies não habituais na Região deve estar relacionado, de acordo com o artigo, com a implementação de uma rede de observação de cetáceos nos Açores e com o aumento do conhecimento da população sobre a matéria.De acordo o artigo, não há padrão espacial ou temporal na detecção de focas, nem esta está ligada a eventos marítimos ou climáticos anormais na Região. As focas detectadas desde 2002 nos Açores podem ser originárias da costa atlântica dos Estados Unidos da América e das colónias localizadas nas ilhas britânicas e na França.No entanto, no caso das focas jovens que terão saído das colónias, presume-se que as correntes à superfície as afastassem dos Açores. “Sem mais informações sobre a morfométrica e genética destes animais, só podemos especular sobre a população de origem ou a rota tomada pelas focas perdidas nos Açores”, conclui o artigo.
Focas monge“Existem muitos lobos marinhos (focas) ao longo da costa (da ilha de Santa Maria), e algumas vezes eles (pescadores) tiram-nas das grutas onde elas dormem, e esta é a razão pela qual os pescadores não usam aparelhos de fundo para apanhar lagostas”, porque as focas os danificam. O relato é de Gaspar Frutuoso, nos finais do século XVI.O naturalista açoriano refere ainda três grutas na ilha de Santa Maria “onde as focas monge descansavam e dormiam e das quais eram vistas muitas vezes a partir ou a chegar”. Frutoso referia-se às focas monge que habitavam a ilha das Flores e que devem ter sido caçadas até à extinção.Esta é a única população de focas nos Açores de que se tem relato, não existindo registos de detecção de focas de 1680 até ao inicio do século XX.Actualmente, há apenas uma população de focas em Portugal, localizada nas ilhas Desertas do arquipélago da Madeira.Nas ilhas desertas da madeira, 24 focas “monge do mediterrâneo” ainda habitam.A população mundial desta espécie de foca em vias de extinção está estimada em 500 indivíduos.
(In Diário Insular)
Etiquetas: Biodiversidade, João Pedro Barreiros, publicações
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home