quarta-feira, dezembro 17, 2008

A RAINHA DO DAKAR

Um curriculum impressionante, com conquistas em diversos palcos mundiais. Foi a primeira portuguesa a enfrentar o Paris/Dakar em moto, desafiando o universo masculino. Elisabete Jacinto, a rainha do todo-o-terreno nacional, esteve no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, onde proferiu uma conferência no auditório do Pico da Urze, integrada no Curso de Guias da Natureza, organizada pelo Professor Eduardo Dias.

Foi a primeira portuguesa a sentir a dureza do Dakar em moto e uma das primeiras mulheres do mundo a concluir a mítica prova ao volante de um camião. Em 2004 transforma-se na primeira senhora a ganhar uma especial nesta categoria no Rallye Optic Tunisie 2000. Elisabete Jacinto é assim: a primeira. Estes são apenas alguns dos tópicos do seu extenso curriculum. Nas duas rodas, nos carros ou nos pesados, o percurso da rainha das areias do Dakar está recheado de fortes desafios e grandes conquistas. Não acredita? Vá a http://www.elisabetejacinto.com/ e comprove.“Trabalho, dedicação e muito empenho. Acima de tudo, o verdadeiro segredo está na vontade de fazer e querer fazer bem”. Eis as razões para tanto sucesso, desvendadas na primeira pessoa.
A piloto lusa esteve na Terceira a gozar umas pequenas férias antes da partida para o arranque do pioneiro Rali Dakar Argentina/Chile. Aliás, as ilhas estarão intrinsecamente ligadas à sua prestação por terras sul-americanas, já que Bruno Oliveira, vencedor do Troféu Mazda do Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno com as cores do Mazda Açores TT Team, fará parte da sua equipa de assistência. Perseverança é um bom adjectivo para definir o percurso de Elisabete Jacinto, feito de conquistas e sacrifícios. “As motos foram um grande desafio. Acima de tudo, queria ser capaz de terminar o Dakar por ser considerado uma prova dura e em que poucos conseguiam chegar ao fim. Foi muito difícil, mas consegui. Em Janeiro de 2003 já estava a fazer o Dakar em camião depois de ter tirado a carta de pesados em Outubro do ano anterior”, conta. E quais dos dois terá dado mais gozo? “Ambos os veículos são fantásticos. A moto é demolidora em termos físicos e o camião demasiado exigente em termos técnicos”. Se, ao volante, as dificuldades são imensas, conseguir angariar apoios para levar por diante um projecto desta magnitude não é menos complicado. “Tenho sentido na pele essas dificuldades”, explica, enquanto refere que teve de recorrer ao banco para realizar o seu primeiro Dakar. “Fiz um empréstimo que demorei quatro anos a pagar. Tenho-me esforçado para conquistar os patrocinadores e trabalho muito para lhes dar as contrapartidas que merecem”. Portugal foi palco privilegiado do Dakar nos últimos anos, com os pilotos a arrancarem de Lisboa rumo a terras africanas. Elisabete Jacinto confessa que “foi uma sensação especial partir para o Dakar entre milhões de portugueses que nos aplaudiam. Foi uma sensação difícil de descrever mas que nos deu uma força enorme… e nós precisamos dessa força para superar todos os momentos difíceis. Não sei se alguma vez iremos voltar a viver a mesma emoção. Foi fantástico”, recorda, ao mesmo tempo que se mostra algo céptica quanto à opção pela Argentina, até porque, “em termos logísticos, é bem mais difícil de organizar. É difícil saber o que me espera este ano porque nunca estive na Argentina nem no Chile. Vamos também ter dias de chuva e com chuva há lama. Lama e camiões são dois factores que não se conjugam bem”. Elisabete Jacinto continua a ser rainha num universo dominado pelos homens. Não é preconceito. É a realidade. “Para que uma mulher se imponha num mundo predominantemente masculino é preciso estar sempre a apresentar provas… e, mesmo assim, é difícil ganhar credibilidade. Por outro lado, acaba-se por brilhar um pouco mais”, explica. A terminar fica a promessa: “já fiz muito mais do que pensava, mas tenho a certeza de que só paro no dia em que sinta que não sou capaz de fazer progressos”. Palavra de campeã.
(In DI-Revista)

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2 Comments:

Blogger Namb said...

Olá pessoal do Campus de Angra do Heroísmo,

O meu nome é Pedro Abrantes e sou o Presidente da Mesa do Plenário do Namb.

O nosso Núcleo: Namb - Núcleo de Ambiente da Universidade do Algarve, fundado em 13 de Novembro de 1996, é uma secção autónoma da Associação Académica da Universidade do Algarve. Este Núcleo multiplica-se em acções de sensibilização e informação, para os problemas ambientais actuais. Estas acções têm sido direccionadas aos estudantes da Universidade do Algarve, bem como a todos os residentes da região do Algarve.

Gostei bastante do teu Blog e gostaríamos de te pedir se seria possível adicionar o link do nosso Blog ao vosso.

http://Namb-ualg.blogspot.com/

Dêem uma vista de olhos por ele. Estamos também a trabalhar para reabrir o site do Namb, e já adicionámos o teu link ao nosso Blog, em “A minha lista de Blogues”.

Saudações académicas
Namb - Pedro Abrantes

5:35 da tarde  
Blogger Namb said...

Muito obrigado por nos adicionarem, e pela prontidão com que o fizeram! Saudações académicas! É simplesmente incrível o número de visitantes diários que vocês têm neste Blog, e a nível Internacional. Continuem com este excelente trabalho, não parem. Já agora porque é que não adicionam uma secção com as pessoas que estão a seguir este BLog? Havia de ser interessante verem que vos segue. No Blog do Namb poderão encontrar essa secção intitulada "Seguidores do Blogue do Namb", bom fica aqui o desafio. Saudações académicas!

10:40 da tarde  

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