segunda-feira, novembro 10, 2008

Natal na Universidade pode ser sem salário

Lisboa decidiu ontem, ao princípio da tarde, autorizar a transferência adiantada para a Universidade dos Açores do duodécimo de Dezembro, o que irá permitir o pagamento do 13º mês de salários dia 24 de Novembro, como é hábito na instituição. Porém, Lisboa não garantiu que o duodécimo adiantado será substituído, o que significa que não há garantias sobre o pagamento dos vencimentos em Dezembro.O problema financeiro da Universidade não se limita, porém, aos vencimentos. Segundo DI apurou, o buraco financeiro não se limita aos vencimento do último mês do ano.Estão em causa cerca de três milhões de euros respeitantes à gestão corrente de 2008, que já foram solicitados a Lisboa, mas o dossiê continua sem resposta. DI sabe que o assunto está nas mãos de um controlador (conhecido por “controleiro”) financeiro nomeado pelo Ministério das Finanças, a quem compete “pôr o olho” nas finanças da Universidade dos Açores.
SEM SOLUÇÃO

Fontes da Universidade dos Açores disseram ao DI esperar que a nomeação de um “controleiro” por parte do Ministério das Finanças acabasse por levar à compreensão “da verdadeira dimensão dos custos da universidade”.Tais fontes, porém, admitem hoje que tal não aconteceu, vindo a situação a agravar-se de mês para mês. “O “controleiro” não passa disso mesmo...” comentou uma fonte da Universidade.A ideia geral entre as fontes com quem DI trocou impressões é que a Universidade dos Açores começa a entrar em stress face aos problemas financeiros crónicos.Não são poucas as fontes que apontam também o dedo ao Governo regional, acusando-o de investir pouco na Universidade, “apesar de fazer muita propaganda”.
NOVO PARADIGMA

Fontes universitárias afirmaram não acreditar já que seja possível fazer com que Lisboa compreenda a realidade da Universidade dos Açores. Dizem que uma das razões reside “em falta de empenho político regional”.Sendo assim, defendem que a existência da Universidade dos Açores depende da capacidade para ser encontrado um novo paradigma, que resolva o problema financeiro, mas sem deixar cair o carácter regional o multipolar. Uma das soluções mais faladas passa por um entendimento directo entre a Região e União Europeia.

(In Diário Insular)

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