Perspectivas sobre o casamento entre homossexuais
Qual a sua opinião pessoal sobre o casamento entre homossexuais: a favor ou contra? Quais as razões para a sua posição?
À priori, o casamento entre homossexuais afigura-se-me como uma deturpação do sentido da natureza. Todavia, admito que na individualização de uma personalidade homossexual influam constrangimentos sociais e educativos, mas igualmente factores inatos, isto é, naturais. Nestas circunstâncias, as coisas já se complicam um pouco mais. Se calhar a natureza não é tão determinista quanto se pensa. Acima de tudo, neste advento do século XXI, num mundo a braços com uma crise global, que exige uma resposta colectiva, parece-me um preciosismo perder tempo e gastar energias em redor de uma questão que não é de todo premente. Gostaria, por isso, que sobretudo a juventude encontrasse outros interesses e até outras bandeiras.
Se um filho seu lhe dissesse que era homossexual, como reagiria e o que faria?
De todo, não sei! É sempre difícil antecipar uma reacção.
AVELINO MENEZES 49 anos-Reitor da Universidade dos Açores
À priori, o casamento entre homossexuais afigura-se-me como uma deturpação do sentido da natureza. Todavia, admito que na individualização de uma personalidade homossexual influam constrangimentos sociais e educativos, mas igualmente factores inatos, isto é, naturais. Nestas circunstâncias, as coisas já se complicam um pouco mais. Se calhar a natureza não é tão determinista quanto se pensa. Acima de tudo, neste advento do século XXI, num mundo a braços com uma crise global, que exige uma resposta colectiva, parece-me um preciosismo perder tempo e gastar energias em redor de uma questão que não é de todo premente. Gostaria, por isso, que sobretudo a juventude encontrasse outros interesses e até outras bandeiras.
Se um filho seu lhe dissesse que era homossexual, como reagiria e o que faria?
De todo, não sei! É sempre difícil antecipar uma reacção.
AVELINO MENEZES 49 anos-Reitor da Universidade dos Açores
Qual a sua opinião pessoal sobre o casamento entre homossexuais: a favor ou contra? Quais as razões para a sua posição?
“Me limito a no tomar por el culo”. Cito Camilo José Cela, (Nobel espanhol da Literatura 1989), porque me parece que a sua expressão sintetiza de forma brilhante o meu pensamento sobre a homossexualidade. Significa isto que não tenho o que quer que seja contra ou a favor. É um facto da existência humana. Daí até ao casamento entre gays e lésbicas vai, no entanto, um passo que quanto a mim não deve ser dado. O casamento entre seres humanos de sexo diferente integra-se num determinado projecto de sociedade e num imperativo de sobrevivência da espécie. É isso que o Estado deve proteger de forma diferenciada. Gays e lésbicas tipificam outro modelo de sociedade. Merecem protecção jurídica quando decidem viver juntos, como é óbvio.
Se um filho seu lhe dissesse que era homossexual, como reagiria e o que faria?
A minha postura perante a homossexualidade, como se depreende da resposta anterior, é de normalidade. Acontece e pronto. Um filho é um bem precioso e a liberdade de um filho é para ser respeitada, mesmo - ou talvez sobretudo - a liberdade sexual. Mas tal situação - infeliz, não escondo - em nada mudaria o que penso sobre o casamento entre gays e lésbicas. E em nada beliscaria a minha admiração por Camilo José Cela. Se se nota nesta resposta um pêndulo a oscilar entre a razão e a demência, como a entendem Morin, é porque ele oscila mesmo. Excepto na pórtica frase de Cela: ... “Me limito a no tomar por el culo”.
ARMANDO MENDES 46 anos-Jornalista Licenciado em História Científica
“Me limito a no tomar por el culo”. Cito Camilo José Cela, (Nobel espanhol da Literatura 1989), porque me parece que a sua expressão sintetiza de forma brilhante o meu pensamento sobre a homossexualidade. Significa isto que não tenho o que quer que seja contra ou a favor. É um facto da existência humana. Daí até ao casamento entre gays e lésbicas vai, no entanto, um passo que quanto a mim não deve ser dado. O casamento entre seres humanos de sexo diferente integra-se num determinado projecto de sociedade e num imperativo de sobrevivência da espécie. É isso que o Estado deve proteger de forma diferenciada. Gays e lésbicas tipificam outro modelo de sociedade. Merecem protecção jurídica quando decidem viver juntos, como é óbvio.
Se um filho seu lhe dissesse que era homossexual, como reagiria e o que faria?
A minha postura perante a homossexualidade, como se depreende da resposta anterior, é de normalidade. Acontece e pronto. Um filho é um bem precioso e a liberdade de um filho é para ser respeitada, mesmo - ou talvez sobretudo - a liberdade sexual. Mas tal situação - infeliz, não escondo - em nada mudaria o que penso sobre o casamento entre gays e lésbicas. E em nada beliscaria a minha admiração por Camilo José Cela. Se se nota nesta resposta um pêndulo a oscilar entre a razão e a demência, como a entendem Morin, é porque ele oscila mesmo. Excepto na pórtica frase de Cela: ... “Me limito a no tomar por el culo”.
ARMANDO MENDES 46 anos-Jornalista Licenciado em História Científica
Qual a sua opinião pessoal sobre o casamento entre homossexuais: a favor ou contra? Quais as razões para a sua posição?
Em primeiro lugar, gostaria de fazer uma breve consideração sobre o que entendo ser o casamento à luz, obviamente, dos meus princípios católicos. Na verdade, faz toda a diferença perceber em que é que nos baseamos para sermos contra ou a favor do casamento entre homossexuais. Sempre defini o casamento como uma união entre um homem e uma mulher que, acima de tudo, deseja a partilha, deseja a constituição de uma família, no fundo, contribuindo, também, para a preservação da espécie humana. Se pensarmos um pouco, esta acaba por ser a verdadeira lei da vida. Por isso, não concordo com o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas, as diferenças devem ser respeitadas e, por isso mesmo, não me choca que outras pessoas tenham orientação sexual diferente da minha. Temos, sobretudo, de nos saber respeitar mutuamente. Nesse sentido, entendo, também, que a salvaguarda dos direitos dos homossexuais, que decidem partilhar uma vida, é necessária e esta poderá assumir outras formas que não a instituição do casamento.
Se um filho seu lhe dissesse que era homossexual, como reagiria e o que faria?
Teria de o aceitar tal como ele fosse, apoiando-o sem dramatismos. A grande questão, que alguns tentam baralhar, tem a ver, por um lado, com a aceitação da orientação sexual da pessoa e, por outro, com a instituição do casamento, e penso que é errado misturar estas duas questões. Eu tenho uma visão sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo muito particular, no entanto, respeito as pessoas que têm uma orientação sexual diferente da maioria.
CARLA BRETÃO 34 anos-Vereadora na Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
Qual a sua opinião pessoal sobre o casamento entre homossexuais: a favor ou contra? Quais as razões para a sua posição?
Sou absolutamente a favor. Desde logo por uma questão de igualdade e também por não conseguir vislumbrar uma boa razão para que duas pessoas que querem casar estejam impedidas de o fazer apenas por serem do mesmo sexo. Trata-se duma imposição legal que condiciona a felicidade de milhares de pessoas. Sou defensora da liberdade e penso que já não há mais espaço social para a discussão que começa com o “fim da família é a procriação”. A realidade cansa-se de desmentir este pré-conceito e, portanto, é tempo de fazermos a lei coincidir com a realidade. A família tradicional deve ser estimulada, mas não endeusada. E finalmente porque sou, por princípio, contra todas as formas de discriminação, e esta é seguramente uma delas, senão a mais intolerável.
Se um filho seu lhe dissesse que era homossexual, como reagiria e o que faria?
Reagiria com naturalidade. A grande preocupação de qualquer pai é a felicidade dos seus filhos, independentemente dos contornos que assuma. Se esta fosse a forma dele se sentir feliz, eu sentir-me-ia feliz também. O meu papel só poderia ser o de o apoiar e o de lhe aconselhar a perseguir a felicidade em qualquer circunstância.
CLÁUDIA CARDOSO 34 anos-Professora e deputada do PS na ALRAA
Qual a sua opinião pessoal sobre o casamento entre homossexuais: a favor ou contra? Quais as razões para a sua posição?
Penso que a questão não deve ser apresentada assim. Esta discussão do “casamento” dos homossexuais deveria ser aproveitada para resolver ao mesmo tempo, e com a mesma legislação, outros problemas sociais graves, talvez mais graves do que este. Refiro-me a pessoas que precisam de viver em comunhão de casa e mesa, como irmãos que não casaram ou quaisquer outras para quem a vida solitária é insuportável. A esse tipo de vida em comum poderia chamar-se “família afectiva” ou algo assim. E dar aos membros da mesma todos os direitos sociais das famílias constituídas por um casamento como ele desde sempre é entendido. Se sim ou não ao “casamento” de homossexuais? Não a um “casamento”, sim a uma união em que lhes sejam concedidos direitos iguais aos que resultam do casamento.
Se um filho seu lhe dissesse que era homossexual, como reagiria e o que faria?
Não responde.
DANIEL DE SÁ 64 anos-Escritor
Penso que a questão não deve ser apresentada assim. Esta discussão do “casamento” dos homossexuais deveria ser aproveitada para resolver ao mesmo tempo, e com a mesma legislação, outros problemas sociais graves, talvez mais graves do que este. Refiro-me a pessoas que precisam de viver em comunhão de casa e mesa, como irmãos que não casaram ou quaisquer outras para quem a vida solitária é insuportável. A esse tipo de vida em comum poderia chamar-se “família afectiva” ou algo assim. E dar aos membros da mesma todos os direitos sociais das famílias constituídas por um casamento como ele desde sempre é entendido. Se sim ou não ao “casamento” de homossexuais? Não a um “casamento”, sim a uma união em que lhes sejam concedidos direitos iguais aos que resultam do casamento.
Se um filho seu lhe dissesse que era homossexual, como reagiria e o que faria?
Não responde.
DANIEL DE SÁ 64 anos-Escritor
(In Expresso das Nove)
Etiquetas: Avelino Meneses, opinião, Reitor
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