Caracterização pedológica da cultura do chá
João da Silva Madruga, Professor no Campus de Ciências Agrárias de Angra do Heroísmo – Universidade dos Açores – e Confrade Fundador da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos participou no seminário "Ao Encontro do Chá", evento realizado pela Confraria do Chá Porto Formoso no Teatro Micaelense na cidade de Ponta Delgada, Arquipélago dos Açores.
Da sua intervenção com o título em epígrafe publicamos hoje um resumo: A introdução da cultura do chá na ilha de S. Miguel ocorreu nos finais do século XIX como parte integrante de um processo mais alargado de diversificação de culturas agrícolas capazes de virem a constituir-se como alternativas à exportação da laranja que entretanto entrara em declínio. Os solos da ilha de S. Miguel, originários de materiais vulcânicos modernos que evoluem sob condições de clima atlântico temperado e húmido cumprem, na maioria dos casos, os critérios analíticos que permitem integrá-los na Ordem Andisol. A génese está ligada à alteração do material rico em vidro e à síntese de alofana e imogolite, podendo ainda ocorrer a formação de complexos organo-minerais. O desenvolvimento e a estabilidade destes solos estão grandemente dependentes das condições climáticas, mas a natureza dos constituintes coloidais tende a modificar-se à medida que o processo de meteorização progride no tempo, observando-se por vezes a evolução dos produtos alofânicos para formas cristalinas, mormente as haloisíticas, acompanhada do desaparecimento progressivo das características pedológicas definidas como propriedades ândicas.
Nesse trabalho, procedeu-se a uma caracterização sumária das propriedades dos solos onde tradicionalmente a cultura do chá tem sido praticada, apresentando-se alguns dados relativos às condições de fertilidade dos solos avaliada com base em análises químicas de amostras colhidas em campos de produção do Chá Porto Formoso, discutindo-se algumas das implicações agronómicas decorrentes dos resultados analíticos.
(Madruga, João; Jorge Pinheiro: João Sampaio e Lourdes Matos-Centro de Investigação em Tecnologias Agrárias dos Açores (Departamento de Ciências Agrárias – Universidade dos Açores).
(In Bagos D'Uva)
Etiquetas: chá, João Madruga, Jorge Pinheiro, Lourdes Matos, solos
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