Terceira pode evitar desequilíbrio regional
Deolinda Estevão é a cabeça de lista do Partido Popular Monárquico pela Terceira. Embora alerte para a desvalorização cada vez mais da ilha no contexto regional, a professora considera que a Terceira é a última esperança para o arquipélago não mergulhar no desequilíbrio.
Concorda com o discurso de que a Terceira tem vindo a “perder terreno” no contexto regional?
A desvalorização da Terceira no contexto regional é um facto. O PPM-Açores não alimenta bairrismos estéreis, apenas consideramos que é necessário que os Açores continuem a ser uma realidade política multipolar.
Nunca, na nossa história, o desequilíbrio político, demográfico e económico foi tão acentuado nos Açores. Toda a força vital dos Açores parece, actualmente, ser canalizada – através de um vórtice insaciável – para a grande ilha do Grupo Oriental.
A nossa perspectiva é que a Terceira é, pela sua dimensão demográfica, económica e peso histórico, a única ilha que pode impedir o total desequilíbrio da nossa Região.
Na nossa perspectiva a desvalorização da Terceira está a atingir níveis preocupantes de não retorno a situações anteriores de equilíbrio. No fundo, começa a ser irreversível a consolidação de um contexto unipolar nos Açores.
Quais são as principais medidas do PPM para a ilha?
Sinteticamente, o núcleo essencial das nossas ideias é o seguinte: Criar um gabinete de reflexão sobre a Base das Lajes na Terceira (com a participação da Universidade dos Açores e de reputados especialistas internacionais em geoestratégia). O objectivo é construir um argumentário forte, do ponto de vista geoestratégico, que valorize o novo papel da Base das Lajes num mundo novamente multipolar, nomeadamente no âmbito dos grandes desafios estratégicos ao poder dos EUA no Médio Oriente e no Cáucaso ( com uma Rússia cada vez mais forte). Reparar as estradas regionais da ilha que, de uma forma geral, se encontram num estado bastante degradado. Defender a ampliação da zona de estacionamento de aviões civis na Base das Lajes. Ampliação do sistema de edifícios do ensino pré-escolar em toda a ilha, de forma a dar resposta à totalidade das necessidades sentidas por parte das famílias. Defender a infra-estruturação completa das explorações agrícolas da Terceira (água, luz, acessos). Promover um programa de combate à desertificação do meio rural terceirense. Para esse efeito conta-se apresentar, no Parlamento, um programa especial de apoio à aquisição de habitações para os jovens no meio rural. Construção de um terminal de carga para a aerogare das Lajes. Estruturar um novo sistema de transportes marítimos centrado na ilha Terceira no âmbito do Grupo Central que permita boas ligações ao longo de todo o ano com as restantes ilhas. Sempre e quando as condições do estado do mar o permitirem. Estruturar uma nova política de transportes que integre as valências e as sinergias do transporte marítimo e aéreo. Actualmente as mesmas não possuem qualquer espécie de interligação e significam um desperdício enorme em termos do potencial que poderiam desenvolver se fossem pensadas de forma estruturada.
O que pensa sobre questões estruturantes para a ilha como o novo hospital ou a via rápida?
Acho que são questões fundamentais em que existem bons níveis consenso político. A curto prazo serão uma realidade que nem o atavismo do Partido Socialista conseguirá prejudicar muito mais tempo.
Quais são as expectativas do PPM na Terceira para as eleições regionais de Outubro?
Com sinceridade, digo-lhe que esperamos a melhor votação de sempre. Os terceirenses sabem que, embora sem grandes recursos fizemos a melhor campanha de sempre nos Açores.
Esperamos, obviamente, que os terceirenses apoiem um partido que será, com grande probabilidade, uma das novas forças políticas parlamentares da próxima legislatura.
Os terceirenses sabem que defendemos a valorização da Terceira no contexto regional e que – ao contrário do CDS-PP – não somos uma espécie de cachorrinho domesticado pelo PS. O CDS-PP – Açores e os três rebuçados que o PS lhes deu significam apenas que o César soube fazer jus à máxima do seu homónimo da antiguidade: dividiu para reinar.
Em que consiste a diferença na abordagem do PPM em relação à Terceira e no contexto regional em relação aos outros partidos? Por ou palavras, quais são os problemas que mais preocupam o PPM?
Somos a única força política que tem a sede regional numa ilha de pequena dimensão. A nossa abordagem centra-se, por isso, na procura de políticas que preservem o equilíbrio regional e concebam políticas de coesão eficazes. Por isso, o discurso de crítica à desvalorização da Terceira nada tem de eleitoralista. Corresponde ao nosso desígnio de manter uma estrutura política e económica equilibrada na Região e de evitar, a todo o transe, que os Açores se transformem num deserto a oeste do Grupo Oriental.
Que mais-valias traz um partido que defende um sistema monárquico?
Antes de mais, quero dizer-lhe que sou uma monárquica convicta, apoiante dos direitos ao Trono do Senhor Dom Duarte Pio de Bragança. Conto, por isso, com o voto de todos os monárquicos terceirenses.
Actualmente a nossa Constituição Republicana é das poucas no Mundo que impedem uma evolução democrática para um regime monárquico. A natureza republicana do Estado é irrevogável, por decreto. Numa verdadeira democracia não deveria ser a população a optar livremente pela forma de regime?
Para mim a monarquia representa a continuidade do nosso projecto nacional. Nestes quase novecentos anos de projecto colectivo, um dos mais brilhantes e profícuos da história mundial, a República representa um corte epistemológico com o passado.
Veja que alguns dos países social e economicamente mais avançados do Mundo são monarquias constitucionais democráticas (Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Japão, Holanda, Bélgica, Suécia, Noruega, Dinamarca, Luxemburgo, Espanha, etc.).
A estabilidade política que propiciam, a congregação do esforço nacional que motivam e a adaptação social que permitem, a partir da solidez do projecto nacional, são factores que demonstram que monarquia e modernidade são dois conceitos convergentes.
O PPM é a única força política a defender abertamente estes ideais.
Concorda com o discurso de que a Terceira tem vindo a “perder terreno” no contexto regional?
A desvalorização da Terceira no contexto regional é um facto. O PPM-Açores não alimenta bairrismos estéreis, apenas consideramos que é necessário que os Açores continuem a ser uma realidade política multipolar.
Nunca, na nossa história, o desequilíbrio político, demográfico e económico foi tão acentuado nos Açores. Toda a força vital dos Açores parece, actualmente, ser canalizada – através de um vórtice insaciável – para a grande ilha do Grupo Oriental.
A nossa perspectiva é que a Terceira é, pela sua dimensão demográfica, económica e peso histórico, a única ilha que pode impedir o total desequilíbrio da nossa Região.
Na nossa perspectiva a desvalorização da Terceira está a atingir níveis preocupantes de não retorno a situações anteriores de equilíbrio. No fundo, começa a ser irreversível a consolidação de um contexto unipolar nos Açores.
Quais são as principais medidas do PPM para a ilha?
Sinteticamente, o núcleo essencial das nossas ideias é o seguinte: Criar um gabinete de reflexão sobre a Base das Lajes na Terceira (com a participação da Universidade dos Açores e de reputados especialistas internacionais em geoestratégia). O objectivo é construir um argumentário forte, do ponto de vista geoestratégico, que valorize o novo papel da Base das Lajes num mundo novamente multipolar, nomeadamente no âmbito dos grandes desafios estratégicos ao poder dos EUA no Médio Oriente e no Cáucaso ( com uma Rússia cada vez mais forte). Reparar as estradas regionais da ilha que, de uma forma geral, se encontram num estado bastante degradado. Defender a ampliação da zona de estacionamento de aviões civis na Base das Lajes. Ampliação do sistema de edifícios do ensino pré-escolar em toda a ilha, de forma a dar resposta à totalidade das necessidades sentidas por parte das famílias. Defender a infra-estruturação completa das explorações agrícolas da Terceira (água, luz, acessos). Promover um programa de combate à desertificação do meio rural terceirense. Para esse efeito conta-se apresentar, no Parlamento, um programa especial de apoio à aquisição de habitações para os jovens no meio rural. Construção de um terminal de carga para a aerogare das Lajes. Estruturar um novo sistema de transportes marítimos centrado na ilha Terceira no âmbito do Grupo Central que permita boas ligações ao longo de todo o ano com as restantes ilhas. Sempre e quando as condições do estado do mar o permitirem. Estruturar uma nova política de transportes que integre as valências e as sinergias do transporte marítimo e aéreo. Actualmente as mesmas não possuem qualquer espécie de interligação e significam um desperdício enorme em termos do potencial que poderiam desenvolver se fossem pensadas de forma estruturada.
O que pensa sobre questões estruturantes para a ilha como o novo hospital ou a via rápida?
Acho que são questões fundamentais em que existem bons níveis consenso político. A curto prazo serão uma realidade que nem o atavismo do Partido Socialista conseguirá prejudicar muito mais tempo.
Quais são as expectativas do PPM na Terceira para as eleições regionais de Outubro?
Com sinceridade, digo-lhe que esperamos a melhor votação de sempre. Os terceirenses sabem que, embora sem grandes recursos fizemos a melhor campanha de sempre nos Açores.
Esperamos, obviamente, que os terceirenses apoiem um partido que será, com grande probabilidade, uma das novas forças políticas parlamentares da próxima legislatura.
Os terceirenses sabem que defendemos a valorização da Terceira no contexto regional e que – ao contrário do CDS-PP – não somos uma espécie de cachorrinho domesticado pelo PS. O CDS-PP – Açores e os três rebuçados que o PS lhes deu significam apenas que o César soube fazer jus à máxima do seu homónimo da antiguidade: dividiu para reinar.
Em que consiste a diferença na abordagem do PPM em relação à Terceira e no contexto regional em relação aos outros partidos? Por ou palavras, quais são os problemas que mais preocupam o PPM?
Somos a única força política que tem a sede regional numa ilha de pequena dimensão. A nossa abordagem centra-se, por isso, na procura de políticas que preservem o equilíbrio regional e concebam políticas de coesão eficazes. Por isso, o discurso de crítica à desvalorização da Terceira nada tem de eleitoralista. Corresponde ao nosso desígnio de manter uma estrutura política e económica equilibrada na Região e de evitar, a todo o transe, que os Açores se transformem num deserto a oeste do Grupo Oriental.
Que mais-valias traz um partido que defende um sistema monárquico?
Antes de mais, quero dizer-lhe que sou uma monárquica convicta, apoiante dos direitos ao Trono do Senhor Dom Duarte Pio de Bragança. Conto, por isso, com o voto de todos os monárquicos terceirenses.
Actualmente a nossa Constituição Republicana é das poucas no Mundo que impedem uma evolução democrática para um regime monárquico. A natureza republicana do Estado é irrevogável, por decreto. Numa verdadeira democracia não deveria ser a população a optar livremente pela forma de regime?
Para mim a monarquia representa a continuidade do nosso projecto nacional. Nestes quase novecentos anos de projecto colectivo, um dos mais brilhantes e profícuos da história mundial, a República representa um corte epistemológico com o passado.
Veja que alguns dos países social e economicamente mais avançados do Mundo são monarquias constitucionais democráticas (Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Japão, Holanda, Bélgica, Suécia, Noruega, Dinamarca, Luxemburgo, Espanha, etc.).
A estabilidade política que propiciam, a congregação do esforço nacional que motivam e a adaptação social que permitem, a partir da solidez do projecto nacional, são factores que demonstram que monarquia e modernidade são dois conceitos convergentes.
O PPM é a única força política a defender abertamente estes ideais.
(In Diário Insular)
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