domingo, setembro 14, 2008

Central geotérmica na Terceira em 2011

Depois de vários adiamentos, 2011 é a data avançada para a entrada em funcionamento da Central de Geotérmica da Terceira, prazo que se pode prolongar até 2013 ou 2014 “se as coisas não correrem como prevemos”, avançou ontem Roberto Amaral, presidente do conselho de Administração da EDA.
Durante a assinatura de contratos entre a Geoterceira e a Sogeo com a empresa islandesa Iceland Drilling para a realização de trabalhos em novos poços geotérmicos no Campo do Pico Alto (Terceira) e no Campo da Ribeira Grande (São Miguel), o presidente da EDA colocou mesmo a hipótese de “ se os furos não resultarem, teremos que procurar energia noutro lado”.

Questionado sobre o porquê de não ter sido atingida a meta de 2009 como data de arranque da central geotérmica, Roberto Amaral justificou-se com “dificuldades externas”, admitindo que “gostaríamos de estar numa fase mais avançada”, ao mesmo tempo que defendeu ser a EDA “a única prejudicada por estes atrasos, pois perde receitas, já para os consumidores a energia fica ao mesmo preço quer venha de fonte geotérmica ou de qualquer outra.”
Roberto Amaral aproveitou também a cerimónia para realçar a importância que as centrais geotérmicas tem para a região, num investimento global de 14 milhões de euros apelidado como “fundamental para o plano energético da região”
Segundo os responsáveis, as “dificuldades externas” prendem-se com o facto de a imprensa islandesa ter material com capacidade para fazer os furos para os poços geotérmicos e de esta não ter estado disponível devido ao grande fluxo de trabalho que teve no seu país de origem. Outra das questões, segundo explicou Carlos Bicudo, membro do Conselho de Administração da Sogeo, prende-se com o facto de “ quando se faz um furo temos que esperar algum tempo para analisarmos os resultados”, acrescentando ainda que “a média mundial par a implementação de um projecto destes está nos 8 a 10 anos”.

Mais poços em 2009

O contrato ontem assinado entre a Geoterceira e a Iceland Drilling vai permitir, a partir de Janeiro de 2009, começar os trabalhos de execução de três novos poços geotérmicos na Terceira, num investimento global de 4,3 milhões de euros.
Estes três novos poços, caso tenham os resultados esperados, vão permitir seleccionar a tecnologia mais adequada para a implementação da central geotérmica, viabilizando, depois de analisada a sua performance, a configuração definitiva do parque de poços que suportará a futura central.
Segundo informações da Iceland Drilling a execução deste trabalho deverá estar concluído 100 dias após o início das perfurações, sendo o acompanhamento da obra feito em parceria coma Universidade dos Açores.
Quando estiver em funcionamento, a central geotérmica da Terceira irá produzir 100 mil Watts/Hora, correspondentes a cerca de 40% de toda a energia consumida na Terceira, de acordo com os dados avançados por Leonildo Vargas, presidente da Geoterceira.
Em S. Miguel, a empresa islandesa irá também proceder à execução de quatro novos poços no Campo da Ribeira Grande, que vão permitir aumentar a produção energética na central geotérmica da Ribeira Grande e optimizar a exploração do campo geotérmico com vista a uma futura expansão da sua capacidade, num investimento que chega aos 5,4 milhões de euros.
(In Renato Gonçalves - A União)

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