sábado, setembro 13, 2008

Indícios da Presença de armas nucleares na Terceira

Os indícios da presença de armas nucleares na Terceira são cada vez mais densos. O Senado mandou mesmo investigar acusações de contacto com radiações.
Uma comissão do Senado norte-americano investigou a meados dos anos noventa do século XX (1995, provavelmente) uma queixa de militares norte-americanos à altura doentes com cancro e que alegaram ter estado expostos a radiações nucleares na Base das Lajes/ilha Terceira. A informação é de Orlando Lima, hoje empresário na ilha Terceira e à altura um dos responsáveis pela segurança ambiental das Feusaçores (era funcionário dos norte-americanos nas Lajes).Segundo Lima, a comissão do Senado deslocou-se à Terceira com secretismo, mas a sua presença nas Lajes foi bem notória. Na altura soube-se que a deslocação teve a ver com a alegada exposição de militares a radiação.O próprio Orlando Lima adiantou que o dossier foi considerado secreto, informação confirmada por altas patentes militares portuguesas que pediram o anonimato e garantiram nunca ter tido conhecimento dos resultados da investigação.DI também não conseguiu encontrar na documentação pública do Senado qualquer indício da visita da comissão aos Açores. Uma das fontes militares portuguesas disse ser natural que documentos do género permaneçam classificados durante trinta anos.
APROXIMAÇÕESA presença de armas nucleares na ilha Terceira, pelo menos entre as décadas de cinquenta e setenta do século XX, é também considerada muito provável pelo investigador e jornalista Nuno Simas.Autor do livro “Portugal Classificado - documentos secretos norte-americanos, 1974-1975” (2008), Simas disse ao DI que Portugal autorizou nos anos cinquenta o depósito de armas nucleares na ilha Terceira, pelos norte-americanos, em caso de necessidade, o que, em seu entender, significa que a Base das Lajes terá sido, pelo menos, preparada para receber tais armamentos.Adianta também o investigador que estudos independentes norte-americanos permitem concluir pela presença na ilha Terceira de cargas nucleares de luta anti-submarina utilizadas pelos aviões P3-Orion que patrulhavam o Atlântico a partir das Lajes até ao início dos anos noventa. Por seu lado, o professor Félix Rodrigues, especialista em ambiente da Universidade dos Açores, admite que há registos de metais pesados na Terceira que não excluem actividades de origem nuclear, mas também não as confirmam em definitivo. Preconiza mais investigações de pormenor e em larga escala.

(In Diário Insular)

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