terça-feira, junho 17, 2008

Intervenção do Secretário dos Assuntos Sociais no aniversário da Casa do Povo do Porto Judeu

Texto integral da intervenção do secretário regional dos Assuntos Sociais, Domingos Cunha, nas celebrações, sábado à noite, do 72º aniversário da Casa do Povo do Porto Judeu, ilha Terceira:


“A constituição das primeiras Casas do Povo em Portugal insere-se num período de incentivo por parte do Estado ao “corporativismo”, como doutrina política e como concepção de sociedade.
Pela Constituição Política de 1933 o Estado incumbe-se de coordenar, impulsionar e dirigir todas as actividades sociais, defendendo a saúde pública, assegurando a despesa da família, a protecção à maternidade, a educação e o progresso económico.
Neste período, nos Açores foram constituídas 14 Casas do Povo.
Na ilha Terceira, a Casa do Povo do Porto Judeu foi a primeira a ser constituída comemorando, hoje, o seu 72º aniversário.
Com a aplicação da Lei nº 2115, de 18 de Junho de 1961, surge uma tentativa de reforma e de reorganização da previdência em Portugal, e um grande incentivo à criação de outras Casas do Povo.
Na sequência da Autonomia Política e Administrativa dos Açores, processa-se uma reestruturação e organização dos serviços, adaptando-os à realidade local. Neste período, a Região passou a contar com 89 Casas do Povo, cobrindo quase todas as comunidades rurais. Actualmente existem 110.
A evolução de conceitos e de políticas levaram a que as Casas do Povo fossem perdendo a sua função no campo da previdência e assistência, tornando-se autênticos centros comunitários, promovendo diversas acções de animação sócio-cultural, com vista à promoção da comunidade em que se inserem e à sua dinamização de forma abrangente.
Com esta nova visão das Casas do Povo em que o objectivo determinante é o bem-estar e a melhoria das condições de vida dos cidadãos e famílias, através da criação de respostas sociais destinadas e adaptadas às necessidades da sua comunidade, as Casas do Povo assumem um papel determinante para a comunidade abrangida e para o desenvolvimento local, criando medidas de integração e combate à exclusão social.
Quero salientar o interesse e a dedicação das Direcções das Casas de Povo, nomeadamente, a Direcção da Casa do Povo do Porto Judeu, que de uma forma voluntária e empenhada mantém a dinâmica da Casa do Povo, a prática de actividades sócio-culturais, a frequência e utilização dos seus equipamentos e instalações e a inovação na sua actuação e continuidade.
No Região temos um total de 113 equipamentos afectos às Casas do Povo, com capacidade para 4.790 utentes, sendo os equipamentos, maioritariamente, ATL’s e centros de convívio.
A Casa do Povo do Porto Judeu conta com oito equipamentos sociais: um jardim de infância; uma creche; um serviço de apoio ao domicílio; dois centros de convívio; dois centros de atendimento e acompanhento social (um deles integra o projecto – Rede de Amas) e um ATL, com capacidade global para 356 utentes.
Em 2007, o Governo dos Açores, através de acordos de cooperação e funcionamento com esta Casa do Povo despendeu 362. 443 euros e com as restantes Casas do Povo 2. 123 89 euros.
Demonstramos, inequivocamente, o apoio às instituições que têm e gerem equipamentos nas diversas áreas sociais, porque o Governo Regional conhece a realidade, trabalha com todas e para todos, e emprega uma política social de modernidade, daí os êxitos alcançados com as políticas sociais implementadas nos últimos 10 anos.
O plano de intervenção do Governo dos Açores, nas áreas sociais, assenta em medidas de articulação e integração que visam contribuir para o desenvolvimento social, para a gestão e melhoria da qualidade ambiental, e o bem-estar das pessoas.
Exemplo disso é o tema abordado pelo Prof. Doutor Félix Rodrigues, ilustre investigador da Universidade dos Açores, que cumprimento e saúdo.
Será sempre de enaltecer o trabalho das Casas do Povo enquanto extensões de vários serviços da segurança social e da saúde junto das comunidades de abrangência, tendo como objectivo principal o exercício do bem comum.
Quero salientar que as Casas do Povo representam um local de trabalho e de serviços em diversos níveis de intervenção, essencialmente nas camadas mais jovens e dos idosos.
Será de continuar a aposta no trabalho realizado até então bem como desafiar estas Instituições para a inovação, pretendendo-se maior coesão na intervenção e criação de estratégias efectivas que promovam a mudança social.
Termino, dando os parabéns à Direcção da Casa do Povo e a todos os seus associados, a todos os técnicos que trabalham na mesma, bem como os que indirectamente contribuem para todo o trabalho realizado, sem esquecer todos quantos aqui presentes ou já falecidos que consolidaram este projecto de âmbito social, cultural e comunitário, que enriquece esta Freguesia e as suas gentes.
(In Diário Digital)

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