terça-feira, maio 13, 2008

LNEC não aceita interferências

O presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) reafirma que a constituição da equipa e a metodologia a usar num eventual estudo da contaminação nos aquíferos e nos solos da Praia da Vitória serão da exclusiva responsabilidade da instituição. Carlos Matias Ramos, na resposta a perguntas de DI, endereçadas por correio electrónico, na quarta-feira, adianta que esses dados estarão incluídos na proposta que o LNEC venha a apresentar caso lhe seja solicitado o estudo.“Este Laboratório Nacional realizará o estudo em causa, caso este venha a ser solicitado pela Câmara Municipal da Praia da Vitória e se houver acordo quanto às respectivas questões contratuais. Na eventualidade da realização pelo LNEC desse estudo, a equipa que for constituída e a metodologia a adoptar serão matérias que apenas ao LNEC dizem respeito e que serão objecto de proposta específica”, lê-se no e-mail de resposta às perguntas de DI, endereçado pela coordenadora do gabinete de Relações Públicas e Técnicas do LNEC, Manuela França Martins, em nome do presidente da instituição nacional. As perguntas que DI enviou ao presidente do LNEC foram suscitadas pelas informações que, na quarta-feira, surgiram após o anúncio, por parte do presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, de que pretendia solicitar a essa entidade um estudo aprofundado da contaminação das águas subterrâneas que abastecem o concelho e dos solos circundantes aos locais onde os americanos mantiveram ou mantêm tanques de combustíveis e condutas.Numa reunião, posterior a esse anúncio, entre o presidente da Câmara da Praia e a cônsul dos Estados Unidos em Ponta Delgada, um dos assessores americanos, segundo Roberto Monteiro, manifestou a vontade dos EUA conhecerem os currículos e a metodologia da equipa que realizasse o estudo, para, alegadamente, assumirem a sua validação. Essa condição foi rejeitada totalmente pelo presidente do LNEC em declarações à RDP/Açores. Na origem de todo este caso, está uma investigação jornalística que denunciou a existência de amplas manchas de contaminação na Praia da Vitória, comprovadas por relatórios oficiais, decorrentes de derrames de combustível e lamas químicas em infra-estruturas operadas pelos militares americanos na Terceira.

(In Diário Insular)

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