Prémio e castigo dos professores
As escolas secundárias foram classificadas a nível nacional. Genericamente as escolas dos Açores continuam a meio da tabela. Também é verdade que dos dez estabelecimentos de ensino melhor classificados, nove são escolas privadas e apenas uma é escola pública. A classificação das escolas foi feita de acordo com as notas obtidas pelos alunos nos exames nacionais. Sendo assim não há muitos argumentos a opor quanto aos critérios de classificação. As melhores notas significam a possibilidade dos alunos terem uma carreira melhor. As melhores notas representam também uma maior probabilidade do país ser mais produtivo e competitivo.
De acordo com o Professor Tomaz Dentinho do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, a primeira ilação a tirar tem a ver com o tipo de escola. As escolas privadas são normalmente melhores do que as escolas públicas. E, se assim é, parece fazer todo o sentido que os nossos impostos sejam canalizados para que existam mais escolas privadas, para que produzam um ensino de qualidade para todos, em vez de servirem para manter um sistema de ensino público caro e ineficiente. Nesta perspectiva, porque é que o Governo não privatiza a gestão da nova escola de São Carlos, na ilha Terceira-Açores? Porque razão não faz um concurso de concessão pública da Escola Vitorino Nemésio na Praia da Vitória, Terceira, ou da Escola Antero de Quental em São Miguel? Estou certo de que apareceriam compradores desde que não tivessem de herdar os muitos docentes com vínculo que leccionam actualmente naquelas escolas.
A segunda ilação que podemos tirar é que ao longo dos anos a diferença entre as escolas melhores e piores aumenta. Dá a impressão que o Governo não tem em atenção a classificação das escolas. De facto, embora a Constituição diga que deve haver ensino de qualidade para todos, a verdade é que o sistema montado acaba por beneficiar sempre os alunos de umas cidades face ao de outras. Porque não fazer concursos especiais para professores em escolas que têm problemas crónicos, transferindo para lá os melhores professores, mesmo que pagando um pouco mais? Na verdade, a classificação é tão precisa que não é difícil identificar os professores associados aos melhores e piores desempenhos. Assim, bastaria que uma parte do ordenado fosse indexada ao desempenho dos alunos e à sua evolução para que, imediatamente, se notassem melhorias na prestação dos docentes e, necessariamente, dos alunos. E é assim que, os professores de matemática da Escola Vitorino Nemésio e Padre Emiliano de Andrade poderiam continuar a ganhar o seu ordenado base e ter nota baixa na sua classificação, enquanto que os professores de biologia da escola da Praia e os de Desenho da Escola de Angra poderiam ter um acréscimo de ordenado de, por exemplo, 5% durante o ano 2007/2008 devido à sua boa prestação relativa. Quem mereceria um acréscimo especial nos ordenados é a escola secundária de São Roque do Pico que é a melhor a nível regional.
O desempenho do sistema de ensino depende de muitos factores. Da parte dos alunos é bom ter condições de estudo, é benéfico ter o testemunho e o exemplo dos que são mais próximos, é importante ter respeito pelos professores e ajuda ter um bom enquadramento dos que tem piores notas como acontece nos países europeus mais civilizados. Da parte da sociedade é fundamental que o sistema económico e social premeie aqueles que mais estudam porque caso contrário não vale a pena continuar a estudar. Finalmente, da parte da escola é essencial que o ensino seja de qualidade, que a avaliação seja justa, que existam actividades extra curriculares que complementam a formação do aluno; isto para além de ter de haver bons materiais de estudo e boa acessibilidade a casa.
O que vamos vendo é que os governos se preocupam apenas com a construção de novas escolas, com o vínculo e colocação dos professores e com a elaboração de exames gerais. O que não vemos é premiar os bons professores e penalizar os maus. É isso que faz o ensino privado e é só por isso que é melhor.
De acordo com o Professor Tomaz Dentinho do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, a primeira ilação a tirar tem a ver com o tipo de escola. As escolas privadas são normalmente melhores do que as escolas públicas. E, se assim é, parece fazer todo o sentido que os nossos impostos sejam canalizados para que existam mais escolas privadas, para que produzam um ensino de qualidade para todos, em vez de servirem para manter um sistema de ensino público caro e ineficiente. Nesta perspectiva, porque é que o Governo não privatiza a gestão da nova escola de São Carlos, na ilha Terceira-Açores? Porque razão não faz um concurso de concessão pública da Escola Vitorino Nemésio na Praia da Vitória, Terceira, ou da Escola Antero de Quental em São Miguel? Estou certo de que apareceriam compradores desde que não tivessem de herdar os muitos docentes com vínculo que leccionam actualmente naquelas escolas.
A segunda ilação que podemos tirar é que ao longo dos anos a diferença entre as escolas melhores e piores aumenta. Dá a impressão que o Governo não tem em atenção a classificação das escolas. De facto, embora a Constituição diga que deve haver ensino de qualidade para todos, a verdade é que o sistema montado acaba por beneficiar sempre os alunos de umas cidades face ao de outras. Porque não fazer concursos especiais para professores em escolas que têm problemas crónicos, transferindo para lá os melhores professores, mesmo que pagando um pouco mais? Na verdade, a classificação é tão precisa que não é difícil identificar os professores associados aos melhores e piores desempenhos. Assim, bastaria que uma parte do ordenado fosse indexada ao desempenho dos alunos e à sua evolução para que, imediatamente, se notassem melhorias na prestação dos docentes e, necessariamente, dos alunos. E é assim que, os professores de matemática da Escola Vitorino Nemésio e Padre Emiliano de Andrade poderiam continuar a ganhar o seu ordenado base e ter nota baixa na sua classificação, enquanto que os professores de biologia da escola da Praia e os de Desenho da Escola de Angra poderiam ter um acréscimo de ordenado de, por exemplo, 5% durante o ano 2007/2008 devido à sua boa prestação relativa. Quem mereceria um acréscimo especial nos ordenados é a escola secundária de São Roque do Pico que é a melhor a nível regional.
O desempenho do sistema de ensino depende de muitos factores. Da parte dos alunos é bom ter condições de estudo, é benéfico ter o testemunho e o exemplo dos que são mais próximos, é importante ter respeito pelos professores e ajuda ter um bom enquadramento dos que tem piores notas como acontece nos países europeus mais civilizados. Da parte da sociedade é fundamental que o sistema económico e social premeie aqueles que mais estudam porque caso contrário não vale a pena continuar a estudar. Finalmente, da parte da escola é essencial que o ensino seja de qualidade, que a avaliação seja justa, que existam actividades extra curriculares que complementam a formação do aluno; isto para além de ter de haver bons materiais de estudo e boa acessibilidade a casa.
O que vamos vendo é que os governos se preocupam apenas com a construção de novas escolas, com o vínculo e colocação dos professores e com a elaboração de exames gerais. O que não vemos é premiar os bons professores e penalizar os maus. É isso que faz o ensino privado e é só por isso que é melhor.
(In A União)
Etiquetas: Ensino, Ensino privado, Ensino público, prémio, Tomaz Dentinho
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