Consumo de eletricidade na Região polui o triplo

As contas foram feitas pelo "Jornal de Negócios" (JN): Segundo a publicação a "pegada ecológica dos consumidores de eletricidade dos Açores é quase três vezes maior do que a gerada pelas famílias que residem em Portugal continental". Ainda de acordo com o jornal, esta conclusão foi retirada através da utilização do novo simulador de rotulagem de consumo que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) lançou."As simulações do Negócios revelam que uma família de quatro pessoas que consuma eletricidade da EDP Serviço Universal é responsável, ao gastar 416,7 kilowatt-hora por mês, pela emissão de 84,9 quilos de CO2. Isso equivale, em média, à poluição de um automóvel ligeiro em 654 quilómetros", avança a notícia.O JN publica também que "já a média das várias ilhas para idêntico perfil de consumo, aponta para emissões mensais de 233 quilos de dióxido de carbono por família, decorrentes da eletricidade consumida".O jornal adianta que este é "mais um dos custos da insularidade", visto que "cada ilha "como um sistema fechado", para além de que em algumas ilhas as centrais a "diesel" são a principal fonte de eletricidadeNão foi possível obter, até ao fecho desta edição de DI, uma reação por parte da EDA (Eletricidade dos Açores). Já o professor da Universidade dos Açores, Félix Rodrigues, especialista na área da Poluição, considera estas conclusões "extemporâneas". "É preciso ver o que é contabilizado e quais são as alternativas. Por exemplo, este ano foi muito chuvoso, o que permitiu que no Continente as barragens estivessem cheias e esta fonte obtivesse grande expressão, o que não sucederá noutros anos. Na Região, não podemos ter barragens... Nos Açores não podem existir grandes centrais termoelétricas, sendo que as nossas centrais funcionam com fuelóleo e gasóleo e não a gás... Contabilizou-se a compra de eletricidade de origem nuclear a Espanha, por exemplo?", questiona o especialista.

(in Diário Insular)