CONSIDERA JOSÉ CONTENTE Universidade dos Açores deve "ensinar a gerar riqueza"

“As ideias são uma moeda importante para as empresas e, consequentemente, para o desenvolvimento dos Açores”. Esta foi a matriz da argumentação do Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, na conferência “Inovação e Empreendedorismo Competitivo”, que decorreu sábado na Universidade dos Açores. De acordo com o José Contente, o desenvolvimento da Região passa por aqueles que “vêem ao longe e pensam antes, abraçam novos conceitos e ideias criativas para gerarem novos produtos, que por vezes resultam de descobertas felizes e ocasionais, designado por serendipity”. O governante sublinhou que os conceitos de empreendedorismo e inovação não são mais uma questão de retórica, pelo contrário, são fundamentais para a caminhada de crescimento sustentável que os Açores estão a seguir. Este é, pelo menos, o entendimento da Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos que, referiu, tem imposto algumas regras nas candidaturas ao financiamento de projectos de investigação e desenvolvimento, com o objectivo de garantir o retorno do investimento através da criação de novas ideias, desafios e produtos inovadores, que potenciem valor acrescentado para a Região. “A Universidade dos Açores é a academia que está em melhores condições para conceptualizar o empreendedorismo regional e a inovação ligada a esse empreendedorismo. Vivemos no tempo em que a universidade não deve ensinar só a pensar, deve ensinar a gerar riqueza”, aprofundou o Secretário Regional. José Contente insiste no facto de que as empresas e os investigadores, com o apoio do Governo Regional, devem estar de “braço dado” para criarem novos produtos transaccionáveis e que correspondam em mais-valias para os Açores, nomeadamente ao nível do emprego qualificado e novas fontes de receitas. Infra-estruturas como o Parque Tecnológico de São Miguel e o Instituto de Biotecnologia e Biomedicina dos Açores devem estar, sublinha o governante, ligadas às empresas e ao desenvolvimento em contexto empresarial. “Vivemos numa Região de pequena dimensão e podemos traduzir isto numa vantagem, a de ensaiarmos novos projectos que possam gerar valor acrescentado, precisamos de encontrar respostas científicas para os nossos problemas específicos e, acima de tudo, potenciar os nossos recursos naturais”, acrescentou o Secretário Regional. Com o intuito de se alcançarem novos patamares de desenvolvimento regional e sendo a Universidade dos Açores uma parceira fundamental, o Governo Regional reforça o investimento na investigação científica. José Contente relembrou, a propósito, que o executivo açoriano investiu, de 2005 a 2010, 44 milhões de euros na universidade “com gosto, com vontade e com o interesse em que este investimento represente uma aposta no conhecimento, em novos desafios e na transferência de conhecimento para as empresas”.

(In A União)