Medir quasares nos Açores: encontro em Ponta Delgada sobre tecnologias espaciais
Uma antena, em São Miguel, está a medir quasares. Estas medições servem para integrar uma rede global que observa o afastamento das placas continentais com uma precisão de 5 milímetros. Francisco Coloner, astrónomo do instituto geográfico espanhol, é um dos especialistas que estiveram hoje no encontro sobre Tecnologia Espacial, em Ponta Delgada. Ele explicou que a importância dos Açores neste sistemas tem a ver com a colocação das 9 ilhas em placas tectónicas diferentes.
Santa Maria está na placa americana, as Flores estão na placa africana.O que ganhamos em apontar uma antena a uma estrela, um quasar, para fazer estas medidas? Ganhamos precisão.Medindo o afastamento exacto dos continentes, podem-se corrigir os referenciais de cartografia, as medidas exactas de localização, nos mapas. Para que servem estas medidas? Para relacionar toda a superfície do globo, para posicionar todas as construções, todas as estradas, os limites dos terrenos, etc.Com esses dados fazem-se mapas mais precisos, que por sua vez têm um sem fim de utilidades.Medimos as estrelas para ter mapas mais exactos. Mas as antenas dos Açores, as actuais e as que estão previstas, têm uma utilidade ainda mais vasta.As antenas dos Açores são para o futuro, explicou a engenheira Luísa Magalhães, responsável pela Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas Espaciais, uma vez que integram as actuais tecnologias de GPS, americanas, mas estão preparadas para as futuras tecnologias europeias, como o Galileu. O Galileu é o sistema europeu de GPS, actualmente em instalação.Os dados destes sistemas podem depois ser reutilizados para diferentes objectivos. A Dinamarca por exemplo, reprocessou 20 anos de dados de satélites para estudar o comportamento dos ventos no mar e calcular o melhor ponto de implantação de turbinas éolicas no mar da sua costa. Nos Açores, o Centro de Vulcanologia da Universidade dos Açores está a estudar as microplacas das ilhas com recurso a dados de diversos satélites. O Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores também utiliza esse tipo de dados, e os estudos do clima feitos no Departamento de Ciências Agrárias também não os dispensam, para se ter uma ideia de algumas áreas onde a tecnologia espacial já faz parte do dia a dia, na região, em vários domínios. O executivo regional pretende potenciar ainda mais a participação da região neste tipo de projectos, quer ao nível da prestação de serviços técnicos, muitos deles locais, quer ao nível de projectos que possam utilizar e reutulizar esse tipo de dados, em produtos e aplicações de interesse.
(in António Gil-Antena 1 Açores)
Etiquetas: Ano Internacional da Astronomia, investigação
1 Comments:
eu adoro a astronomia e nao e brincadeira afinal vou ser cientista
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