Açores debatem-se com oito mil desempregados
O desemprego nos Açores aumentou 1,1 por cento em Abril, face ao mesmo período de 2008, lançando a taxa para os 6,7 por cento. No final do primeiro trimestre deste ano existiam perto de oito mil desempregados no arquipélago, mais 1600 que nos mesmos meses do ano passado.Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE) e revelam também que se perderam na Região 1300 postos de trabalho em seis meses, entre Outubro de 2008 e Março de 2009. Já o director regional do Trabalho, Qualificação Profissional e Defesa do Consumidor, Rui Bettencourt, adiantou esperar que os números se invertam até ao fim do ano.Rui Bettencourt salientou o facto de a taxa de desemprego verificada nos Açores continuar a ser a mais baixa do país.No Continente, as estatísticas do INE revelaram uma taxa de desemprego de 8,9 por cento, que ultrapassa as previsões do Governo. Em declarações à RDP/Açores, o governante adiantou que houve criação de postos de trabalho na área dos serviços, mas que esta foi insuficiente para compensar a crise na construção civil.O director regional avançou ainda que o executivo açoriano está atento à situação e tem equipas no terreno.
Função pública e lavoura
Função pública e lavoura
Já de acordo com o blogue “Números e Números”, são os sectores da administração pública e da agricultura que continuam a evitar uma subida ainda mais acentuada do desemprego nos Açores.No ano passado e nos primeiros três meses de 2009, foram admitidos cerca de 4 mil funcionários públicos, incluindo nas áreas da educação e saúde. Se a agricultura também criou alguns empregos - actualmente emprega 13,7 por cento da população do arquipélago - a construção civil é um sector claramente em crise. De acordo com a Associação dos Industriais de Construção e Obras Públicas dos Açores (AICOPA) cerca de dois mil trabalhadores terão sido despedidos neste sector no arquipélago, desde finais de 2007, como consequência da crise económica.“É uma estimativa com base em informações de vários despedimentos e quebras nos indicadores de consumo de cimento e de edifícios licenciados”, afirmou o presidente da AICOPA, Albano Furtado. Numa visita, na semana passada, às obras da avenida marginal, na Praia da Vitória, o secretário regional da Economia também afirmou que seria expectável uma “ligeira subida” do desemprego e uma quebra no turismo.
Afirma economista Tomaz Dentinho:Colapso de mercados da emigração eleva desemprego no arquipélago.
Com a crise a nível mundial, que atinge países como os Estados Unidos da América e Canadá, esgotaram-se os mercados para onde os açorianos tradicionalmente emigravam, o que leva a um aumento progressivo do desemprego na Região. A posição é do economista e professor da Universidade dos Açores, Tomaz Dentinho. “Durante 30 anos, desde que os Estados Unidos abriram as portas, nos anos 60, que o desemprego nos Açores é muito reduzido em relação ao exterior. Quem não tinha emprego, emigrava. Com a crise mundial, os mercados que absorviam estes desempregados deixam de existir”, afirma, acrescentando que também o mercado de Portugal continental, devido à crise, deixou de ser uma opção. Quanto a programas de estágios profissionais como o “Estagiar L” ou “Estagiar T”, Tomaz Dentinho considera que é uma má política “gastar dinheiro público em programas de estágios que apenas criam nas pessoas a ilusão de que vão ter emprego”.O economista acredita que, com a recuperação da economia norte-americana, no espaço de perto de dois anos, a situação se inverta, mas afirma que, mesmo assim, os açorianos que pretendam emigrar podem encontrar entraves. “A nossa mão-de-obra pode não ser suficientemente qualificada para ir de encontro ao que procuram estes países e a crise pode também gerar processo de xenofobia, com os empregos a serem reservados para os locais”, lança.
Afirma economista Tomaz Dentinho:Colapso de mercados da emigração eleva desemprego no arquipélago.
Com a crise a nível mundial, que atinge países como os Estados Unidos da América e Canadá, esgotaram-se os mercados para onde os açorianos tradicionalmente emigravam, o que leva a um aumento progressivo do desemprego na Região. A posição é do economista e professor da Universidade dos Açores, Tomaz Dentinho. “Durante 30 anos, desde que os Estados Unidos abriram as portas, nos anos 60, que o desemprego nos Açores é muito reduzido em relação ao exterior. Quem não tinha emprego, emigrava. Com a crise mundial, os mercados que absorviam estes desempregados deixam de existir”, afirma, acrescentando que também o mercado de Portugal continental, devido à crise, deixou de ser uma opção. Quanto a programas de estágios profissionais como o “Estagiar L” ou “Estagiar T”, Tomaz Dentinho considera que é uma má política “gastar dinheiro público em programas de estágios que apenas criam nas pessoas a ilusão de que vão ter emprego”.O economista acredita que, com a recuperação da economia norte-americana, no espaço de perto de dois anos, a situação se inverta, mas afirma que, mesmo assim, os açorianos que pretendam emigrar podem encontrar entraves. “A nossa mão-de-obra pode não ser suficientemente qualificada para ir de encontro ao que procuram estes países e a crise pode também gerar processo de xenofobia, com os empregos a serem reservados para os locais”, lança.
(in Diário Insular)
Etiquetas: Economia, Emprego, opinião, Tomaz Dentinho
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