sexta-feira, abril 10, 2009

Terceira terá parque tecnológico ainda nesta legislatura

O Parque Tecnológico da Terceira e o Instituto de Biotecnologia e Biomedicina dos Açores, que serão instalados no Pico da Urze, reunirão tecnologia de ponta no campo científico.
O Parque Tecnológico da Terceira vai estar concluído no decorrer desta legislatura. A garantia foi dada pelo secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, numa visita aos centros de investigação da Universidade dos Açores em Angra do Heroísmo.J osé Contente adiantou que ambas as valências estão já em fase de definição do projecto, considerando que a ciência e tecnologias de ponta constituem num dos pilares do desenvolvimento da Região. O governante reuniu-se com os responsáveis do Centro de Biotecnologia, Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias e do Centro de Climatologia e Meteorologia da Universidade dos Açores, num encontro destinado a inteirar-se dos vários projectos de investigação aí desenvolvidos que classificou de “fundamentais para o desenvolvimento e projecção dos Açores”.

O projecto do Parque Tecnológico da ilha Terceira vai albergar todos estes centros de investigação científica de modo funcionar como um “cluster científico e tecnológico”, referiu, indicando que estas unidades vão dispor de um espaço adequado, devidamente equipado e com todas as condições para que as investigações tenham resultados positivos e promovam o desenvolvimento e o crescimento dos Açores, com respostas e soluções específicas para os problemas da Região, sem prejuízo para o carácter universal da investigação científica. O Parque Tecnológico da Terceira será construído no Pico da Urze, um dos locais mais viáveis para o projecto, adiantou José Contente, indicando que aí vão ser instalados os vários centros de investigação da Universidade dos Açores, juntamente com o Instituto de Biotecnologia e Biomedicina dos Açores (IBBA). O secretário regional sublinhou que para a investigação em áreas emergentes, como a biotecnologia e a saúde, são precisos equipamentos sofisticados e instalações adequadas, acrescentando que, entre os objectivos do o IBBA, figuram o exercício e a promoção de pesquisas científica e tecnológica com o intuito de contribuir para a produção de conhecimento e para o desenvolvimento económico da Região, potenciando as políticas regionais, incluindo a dinamização do sector privado empresarial e a prestação de serviços públicos.
Mais-valias para as empresas
Apenas a título de exemplo, o investigador Artur Machado enumera alguns resultados dos últimos anos de investigação do Centro de Biotecnologia dos Açores, que poderiam ser transferidos para as empresas: “diagnose molecular e/ou imunológica de algumas doenças virais em vegetais; diagnose molecular de algumas patologias do foro genético, quer em humanos quer em animais; propagação in vitro de plantas com interesse agronómico, tais como ananás, banana, batata-doce, ornamentais, fruteiras e espécies endémicas (com interesse florestal e em risco de extinção); genotipagem para os principais genes envolvidos, quer na quantidade quer na qualidade do leite; (ferramenta fundamental para o melhoramento do nosso gado leiteiro, mas enquanto a definição de melhoramento genético nos Açores for a importação de sémen, esta tecnologia não tem interesse); genotipagem dos principais genes envolvidos na pelagem de equinos; técnicas de reprodução assistida em equinos, congelamento de sémen, inseminação artificial; rastreio através de ADN em produtos animais e vegetais com denominação de origem protegida; identificação e diagnóstico de diferentes estirpes de diferentes microrganismos, não só como contaminantes, mas também envolvidos na cadeia de produção de diferentes produtos.Neste ultimo ano iniciamos o estudo de genes nas principais espécies florestais responsáveis por proteínas causadoras de alergias com o objectivo final de se produzir uma vacina”.Esta infra-estrutura, que se pretende centrar em torno das áreas cientificas da biotecnologia e da biomedicina, beneficiará de uma parceira entre o Governo dos Açores, a Universidade dos Açores e a Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, integrando algumas valências técnicas e científicas do Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias dos Açores (CITA-A), do Centro de Biotecnologia dos Açores (CBA), e do Serviço Especializado de Epidemiologia e Biologia Molecular (SEEBMO), entre outros.
(In TIBÉRIO CABRAL tiberio.cabral@sapo.pt - Expresso das Nove)

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