terça-feira, abril 07, 2009

Base das Lajes "é vantagem comparativa para desenvolvimento tecnológico e científico"

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, disse hoje em Angra do Heroísmo que a Base das Lajes “é uma vantagem comparativa para o desenvolvimento tecnológico e científico” dos Açores.
Mariano Gago, que falava no encerramento da 2ª Conferência Transatlântica sobre Energias Renováveis, explicou que tal deriva “do facto de ser uma região central física e geograficamente, mas também pela sua capacidade de acolhimento”.
O ministro sublinhou que as Lajes, “por vezes olhadas como uma maldição”, tiveram importância geoestratégica “decisiva” no desfecho da II Guerra Mundial bem como foram importantes nas décadas seguintes.
“As Lajes são o termómetro da paz no mundo e nas relações entre todos os continentes”, considerou Mariano Gago.
Para o Ministro “é a aliança estratégica e política entre Portugal e os EUA que suporta situações particularmente protegidas de investimentos públicos dos governos nacional e regional nos Açores”.
O investimento, acrescentou o ministro, “é difícil porque as empresas procuram grandes mercados”. No entanto, preconizou “um investimento inicial no arquipélago para o desenvolvimento de soluções que poderão ser utilizadas no mercado mundial global”.
Podem ainda “ser utilizadas em arquipélagos de todo o mundo, designadamente na Ásia”, disse.
Por outro lado apontou a universidade dos Açores como “potencialmente central e especializada, e já não periférica como o foi inicialmente, se for capaz de se abrir e dar as melhores condições às pessoas”.
Para isso “tem de ter alguma coisa para oferecer, nomeadamente, uma agenda de investigação e formação com futuro o que atrai talentos”.
Para além “da vulcanologia e das ciências marinhas, onde é (re)conhecida internacionalmente, é possível criar outros centro de excelência na Universidade dos Açores”, sustentou Mariano Gago.
Para o ministro, os Açores possuem ainda vantagens comparativas por “a sociedade açoriana ter um carácter aberto e uma relação privilegiada com a comunidade de luso-descendentes proeminentes no Massachusetts (EUA) onde é a sede do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Mariano Gago elogiou as iniciativas que promovem o diálogo transatlântico que pode gerar diversos projectos como o Green-Islands, o projecto bandeira do programa MIT-Portugal que visa um plano estratégico, bem como parte da sua implementação, para transformar algumas ilhas dos Açores em sistemas energeticamente autónomos.
A concretização desse diálogo pode acentuar-se caso a caso através de modelos concretos de trabalho como por exemplo a transferência de energia eléctrica de ilha para ilha em zonas de mar profundo o que “nos obriga a saber alguma coisa sobre o mar e a geologia”.
Como também, disse, “a relação entre o mar e os biocombustíveis ligados ao mar exige que as ciências e tecnologias do mar nas ilhas estejam associadas à agenda de investigação energética”.
Mariano Gago frisou que “esses são futuros projectos” cujas ideias apenas mostram que “a agenda está aberta”.
(In Lusa)

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