Não temos tempo!
Tomaz Dentinho
Na semana passada decorreu a terceira romaria do Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Angra. Foram cinco dias a caminhar e a cantar, visitando as muitas igrejas e capelas da Ilha Terceira. Cinquenta homens a rezar cantando tentando aprender e viver aquilo que há muito se faz em São Miguel na mesma busca de sentido para a vida e de melhoria do serviço ao próximo.
Foi uma romaria com muito bom tempo mas, estranhamente, com muitas notícias de mortes e doenças de pessoas que nos eram relativamente próximas. Talvez por isso nos tenhamos apercebido do carácter marcadamente passageiro da vida terrena e da importância de viver cada momento e cada local como se fosse o último, sabendo que Deus encarnou e está ali e aqui connosco.Uma das ideias chave com que ficámos foi de que não temos muito tempo para nos distrairmos ou divergirmos do sentido fundamental da vida. E para que nos mantenhamos atentos é muito importante a oração. Porque com Nosso Senhor temos capacidade para amar e perdoar apesar de todas as imperfeições. Porque com Nosso Senhor temos coragem para testemunhar a fé apesar do carácter falho e pecador dos protagonistas.E o testemunho dá-se na família, no trabalho e na política. Na família parece por vezes mais fácil porque é mais reconhecida a presença de Deus no meio das rotinas familiares. Basta olhar e ver. Basta alegrarmo-nos com os gestos naturais mas conscientes das pequenas dádivas. Basta, ao fim e ao cabo, transformar as rotinas em fidelidades criativas e criadoras. O facto é que não temos muito tempo para nos distrairmos dessas fidelidades simples pois rapidamente os filhos crescem e os adultos envelhecem.O testemunho no trabalho é porventura mais complicado mas é também essencial para a vida das empresas e seus fornecedores e clientes. Sobretudo é essencial para que cada um de nós conserve e promova o testemunho de Cristo nos vários aspectos da vida. É pelo testemunho que o esforço para ganhar um salário se transforma num esforço para servir os colegas de trabalho e os seus clientes. É pelo testemunho que o conflito aparente da negociação ganha sentido no processo produtivo e criativo. É também pelo testemunho de Cristo que tem fundamento a defesa da justiça e da seriedade nas actividades internas e externas das empresas.O testemunho na política é marcado por dois dados históricos importantes. Por um lado as palavras de Cristo de dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Por outro lado o facto incontornável de que grande parte dos mártires testemunhais de Cristo resultaram do assassinato protagonizado pelos muitos Césares que se foram impondo aos povos ao longo dos tempos. Na verdade quando o poder dos Césares é exercido contra a humanidade acaba por esbarrar com os verdadeiros testemunhos de Cristo.Por isso os Césares tentam eliminar esses testemunhos por diversos meios. Primeiro pela adulteração, segundo pela tolerância, terceiro pela exclusão e, finalmente, pela execução. Adulteram quando advogam valores que desvirtuam, toleram quando se assumem superiores, excluem quando se amedrontam com a semente vivificante das minorias testemunhais, e executam quando podem fazê-lo pela calada de um aborto ou de uma eutanásia, pelo silêncio de uma emigração, pela amargura de uma destruição familiar estimulada por lares, creches e escolas sem espaço para o amor do próximo ou, in extremis, e em alguns países, pela execução sumária dos que testemunham. A tentação que os Césares têm é a mesma que temos todos os dias de querermos ser sem Deus. Não percamos tempo na busca de Ser de Deus, apesar de falhos e pecadores.
Foi uma romaria com muito bom tempo mas, estranhamente, com muitas notícias de mortes e doenças de pessoas que nos eram relativamente próximas. Talvez por isso nos tenhamos apercebido do carácter marcadamente passageiro da vida terrena e da importância de viver cada momento e cada local como se fosse o último, sabendo que Deus encarnou e está ali e aqui connosco.Uma das ideias chave com que ficámos foi de que não temos muito tempo para nos distrairmos ou divergirmos do sentido fundamental da vida. E para que nos mantenhamos atentos é muito importante a oração. Porque com Nosso Senhor temos capacidade para amar e perdoar apesar de todas as imperfeições. Porque com Nosso Senhor temos coragem para testemunhar a fé apesar do carácter falho e pecador dos protagonistas.E o testemunho dá-se na família, no trabalho e na política. Na família parece por vezes mais fácil porque é mais reconhecida a presença de Deus no meio das rotinas familiares. Basta olhar e ver. Basta alegrarmo-nos com os gestos naturais mas conscientes das pequenas dádivas. Basta, ao fim e ao cabo, transformar as rotinas em fidelidades criativas e criadoras. O facto é que não temos muito tempo para nos distrairmos dessas fidelidades simples pois rapidamente os filhos crescem e os adultos envelhecem.O testemunho no trabalho é porventura mais complicado mas é também essencial para a vida das empresas e seus fornecedores e clientes. Sobretudo é essencial para que cada um de nós conserve e promova o testemunho de Cristo nos vários aspectos da vida. É pelo testemunho que o esforço para ganhar um salário se transforma num esforço para servir os colegas de trabalho e os seus clientes. É pelo testemunho que o conflito aparente da negociação ganha sentido no processo produtivo e criativo. É também pelo testemunho de Cristo que tem fundamento a defesa da justiça e da seriedade nas actividades internas e externas das empresas.O testemunho na política é marcado por dois dados históricos importantes. Por um lado as palavras de Cristo de dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Por outro lado o facto incontornável de que grande parte dos mártires testemunhais de Cristo resultaram do assassinato protagonizado pelos muitos Césares que se foram impondo aos povos ao longo dos tempos. Na verdade quando o poder dos Césares é exercido contra a humanidade acaba por esbarrar com os verdadeiros testemunhos de Cristo.Por isso os Césares tentam eliminar esses testemunhos por diversos meios. Primeiro pela adulteração, segundo pela tolerância, terceiro pela exclusão e, finalmente, pela execução. Adulteram quando advogam valores que desvirtuam, toleram quando se assumem superiores, excluem quando se amedrontam com a semente vivificante das minorias testemunhais, e executam quando podem fazê-lo pela calada de um aborto ou de uma eutanásia, pelo silêncio de uma emigração, pela amargura de uma destruição familiar estimulada por lares, creches e escolas sem espaço para o amor do próximo ou, in extremis, e em alguns países, pela execução sumária dos que testemunham. A tentação que os Césares têm é a mesma que temos todos os dias de querermos ser sem Deus. Não percamos tempo na busca de Ser de Deus, apesar de falhos e pecadores.
(In A União)
Etiquetas: opinião, Tomaz Dentinho
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