sábado, outubro 11, 2008

Energias renováveis são solução

Apenas 1,1 por cento do espaço da Terceira seria suficiente para a obtenção, por via das energias renováveis, da energia consumida na ilha. Quem o diz é o director nacional do Programa MIT-Portugal, Paulo Ferrão.Numa palestra sobre “Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis”, no âmbito das comemorações do Dia do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, Paulo Ferrão considerou que “a energia renovável é eficiente e suficiente” para suprir as necessidades humanas.No entender do director do Programa MIT-Portugal, “não se pode, no entanto, continuar a olhar o problema do lado da oferta”, devido a ineficiências do ponto de vista das tecnologias da distribuição e ao facto de ser cara e, portanto, não ser inclusiva socialmente.“A solução para a sustentabilidade energética está nas renováveis, mas exige uma visão do sistema”, afirmou.Paulo Ferrão defendeu, assim, “um novo paradigma, baseado no consumo”. Segundo disse, esse novo paradigma “vê a energia como um serviço, evita desperdícios, é ambientalmente responsável, promove a eficiência energética, implica a liberalização do mercado e apela à cidadania e à participação do indivíduo”.Coloca, no entanto, um problema: “A procura é difícil de satisfazer e acompanhar, porque a energia renovável não é algo que está sempre lá e que ligamos, como um interruptor, quando precisamos”, referiu.“Neste contexto, o MIT pretende desenvolver modelos para projectos de sistemas energéticos sustentáveis”, acrescentou, sublinhando que é nesse sentido que surge o projecto “Green Islands”, em parceria com o Governo Regional, que visa transformar os Açores numa região auto-suficiente em termos energéticos.Paulo Ferrão defendeu, por outro lado, a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento, baseado na “desmaterialização da economia, ou seja, no aumento da riqueza, diminuindo o consumo de materiais”.“O desenvolvimento pelo consumismo é insustentável”, afirmou, destacando a “necessidade de alterar os valores individuais” e de se adoptarem novos indicadores de desenvolvimento, baseados no acesso à cultura ou à saúde.“As economias não podem crescer infinitamente num planeta finito”, acrescentou, defendendo que “Portugal, depois da fase do betão, deve apostar numa economia da inovação, baseada no conhecimento”.

(In Diário Insular)

Etiquetas: , , ,