sexta-feira, agosto 15, 2008

From Biological Control to Invasion: the Ladybird Harmonia axyridis as a Model Species

Um trabalho sobre a joaninha asiática foi publicado recentemente. A investigação pode servir como “um caso de exemplo para combater os problemas causados pela espécie”, afirma Isabel Borges. Trata-se de uma publicação da editora Springer, e em associação com a revista científica BioControl, e o livro, intitula-se “From Biological Control to Invasion: the Ladybird Harmonia axyridis as a Model Species”.

Essa publicação representa um esforço de colaboração entre mais de 50 cientistas oriundos de vários países europeus, do Canadá e dos Estados Unidos da América. O livro debruça-se sobre os mais diversos aspectos da biologia, ecologia, distribuição e dispersão geográfica, impactes sobre a biodiversidade da entomofauna autóctone e meios de combate a uma das mais recentes invasões biológica na Europa, protagonizada pela Harmonia axyridis Pallas (vulgo joaninha asiática), já considerada a espécie de joaninha mais invasiva do planeta.
A Universidade dos Açores (UAç), conjuntamente com congéneres europeias, incluindo a Universidade de Cambridge, colaborou nesta edição, redigindo um capítulo intitulado “Harmonia axyridis: what will stop the invader?”, fruto do trabalho desenvolvido pelos investigadores António Onofre Soares e Isabel Borges (Departamento de Biologia), Paulo A. V. Borges (Departamento de Ciências Agrárias) e Éric Lucas e Geneviève Labrie (Département des Sciences Biologiques da Université du Québec à Montréal). Isabel Borges explicou que “o trabalho da UAç resulta de uma série de investigações sobre a joaninha asiática, que foi muito utilizada a nível internacional no controlo biológico, ou seja, para combater determinadas pragas”. “Fizeram-se grandes largadas desta joaninha nos campos, e o que se está a verificar agora é que a própria joaninha se tornou uma praga e está a afectar a biodiversidade de outras espécies, mais especificamente de outras joaninhas”, esclarece a investigadora. “Nos Açores já se fizeram largadas desta joaninha, mas felizmente não se instalou. E o grande interesse do nosso trabalho é na perspectiva de tentar descobrir porque é que a joaninha não se fixou na Região”, salienta. “Os trabalhos com esta espécie são no âmbito da competição entre espécies: a joaninha asiática é muito competitiva e estamos a fazer estudos com a joaninha asiática e as joaninhas nativas dos Açores para analisar como é que competem entre si”, explica Isabel Borges.“Estamos preocupados com o impacto da joaninha asiática na biodiversidade. E o nosso trabalho pode servir como um caso de exemplo para perceber quais os factores que contribuem para a sua fixação, e para combater os problemas causados pela joaninha asiática”, conclui a investigadora.

(In Azores Global)

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