Telecomunicações dão vantagem geoestratégica ao Arquipélago
A aposta governamental nas novas tecnologias, nomeadamente no domínio espacial, está a fazer com que a Região deixe de ser a franja da Europa para passar a ser a fronteira entre os EUA e a Europa. A ideia foi expressa por José Contente, secretário regional da Habitação e Equipamentos, no II Congresso Internacional de Telecomunicações dos Açores, que decorreu recentemente em Santa Maria. Segundo disse, "os projectos estruturantes no domínio das telecomunicações podem operacionalizar positivamente o conceito de vantagem geoestratégica da nossa Região, realidade que deve ser entendida como aumento de emprego qualificado e, também, de receitas para a Região". "Estamos no meio do Atlântico a afirmar Portugal", sublinhou José Contente.Um destes projectos é a estação de rastreio de satélites de Santa Maria, estrutura que torna os Açores "menos ultra-periféricos" e que demonstra que o Arquipélago é uma região central no contexto do Atlântico. De acordo com José Contente, "a estação da ESA em Santa Maria, a única que a agência espacial europeia instalou no País, tem conseguido interessar outras empresas, surgindo novo empreendedorismo à volta desta [estrutura], que esperamos prossiga com novos projectos tecnológicos, também dos aliados tradicionais dos Açores. A inauguração desta estação foi, por conseguinte, um passo crucial nesta caminhada de renovação de projectos estruturantes e inovadores que garantem novas oportunidades de desenvolvimento para os Açores". O secretário regional da Habitação e Equipamentos confirmou o apoio governativo à criação do Centro de Vigilância Marítima do Atlântico Norte em Santa Maria, que será implementado através da empresa portuguesa Edisoft e que terá por objectivo implementar um sistema de observação, monitorização e vigilância da Zona Económica Exclusiva dos Açores. Para tal, utilizará, a partir da instalação de uma estação de recepção de satélites, as actuais técnicas de detecção remota por satélite. Para José Contente, do ponto de vista estratégico, "este centro poderá contribuir de forma decisiva para áreas de especial interesse como fiscalização das pescas; fiscalização da segurança marítima; combate ao terrorismo; combate à imigração ilegal; e poluição". Na sua intervenção, José Contente fez também referência a outros projectos, tais como a rede NEREUS (Network of European Regions Using Space Technologies), de que os Açores fazem parte; a cartografia digital, disponível nos programas GoogleEarth e VirtualEarth da Microsoft; a regionalização do Instituto Geográfico Português; a implementação de estações permanentes GNSS (Global Navigation Satelitte Systems); e o site REPRAA (Rede de Estações Permanentes da Região Autónoma dos Açores). "Estamos, deste modo, a avançar neste mundo das comunicações, dando uma 'nova orbital' aos Açores, porque acreditamos que este salto é vital para o nosso futuro colectivo", salientou o governante.
Região vai ter empresa para criar sistemas de engenharia A Edisoft tem em fase de constituição um outro consórcio com uma empresa espanhola de engenharia aeroespacial - a INSA, que juntamente com a SEGMA, do Grupo EDA, vai criar a Azores Space, destinada a produzir sistemas de engenharia de alta tecnologia baseada em dados colhidos na ilha de Santa Maria. A Azores Space será apoiada financeiramente pelo Governo dos Açores e trará novas exigências e oportunidades para a Universidade dos Açores e para o Instituto de Novas Tecnologias dos Açores.
Região vai ter empresa para criar sistemas de engenharia A Edisoft tem em fase de constituição um outro consórcio com uma empresa espanhola de engenharia aeroespacial - a INSA, que juntamente com a SEGMA, do Grupo EDA, vai criar a Azores Space, destinada a produzir sistemas de engenharia de alta tecnologia baseada em dados colhidos na ilha de Santa Maria. A Azores Space será apoiada financeiramente pelo Governo dos Açores e trará novas exigências e oportunidades para a Universidade dos Açores e para o Instituto de Novas Tecnologias dos Açores.
(In Expresso das Nove)
Etiquetas: comunicações, investigação, Universidade dos Açores
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