ONGA açorianas consideram possuir pouca influência...
As ONGA (organizações não Governamentais) dos Açores consideram possuir pouca influência, porque "a economia açoriana é regulada, maioritariamente, por investimentos públicos", conclui um estudo de mestrado da Universidade dos Açores.
A tese de Mestrado em Educação Ambiental de Fátima Lina, orientada pelos Professores Paulo Borges e Ana Cristina Palos dos Departamentos de Ciências Agrárias e Ciências da Educação da Universidade dos Açores, analisou cinco associações ambientalistas açorianas com estatuto de organizações não governamentais de ambiente (ONGA)O estudo realça que apesar da sua importante contribuição para a mediação ambiental, as ONGA açorianas deparam-se com algumas fragilidades em termos estruturais e conjunturais que se prendem com o número reduzido de associados, o regime de voluntariado, a canalização de verbas, a inexistência de recursos materiais e humanos e o sistema de lideranças.Segundo a tese, os espaços inter-relacionais das ONGA com o poder político têm sido pautados por uma progressiva cooptação (sistema de organização pela qual uma associação qualquer de pessoas nomeia internamente os seus próprios membros, sem dependência de critérios externos), em que as acções radicais de reivindicação parecem ser substituídas por acções institucionais.Este facto relaciona-se, segundo as ONGA, com a reorganização do aparelho administrativo do Estado, com a necessidade de desenvolvimento de projectos comuns e/ou com contrapartidas financeiras. Neste quadro, realça o estudo, "as intervenções das ONGA sobre este poder tem-se vindo a caracterizar pelo abrandamento nas reivindicações e aposta na construção de consensos (participação em comissões, conselhos regionais…)".Relativamente ao poder económico, o trabalho revela que as ONGA consideram possuir pouca influência, porque a economia açoriana é regulada, maioritariamente, por investimentos públicos e apontam como prioritário o exercício do papel regulador do Estado sobre as empresas dos Açores. "É referido que existe uma discrepância de interesses de ambas as partes que constrange a relação. Enquanto que as ONGA entendem o poder económico como potenciador do desenvolvimento sustentável, este vislumbra-as como potenciais obstrutores à sua actividade", afirma Fátima Lina no seu estudo.A pesquisa demonstra que o espaço de mediação entre as ONGA e a população pode decorrer da capacidade manifestada pelas ONGA na captação da comunicação social como sustentáculo da formação da opinião pública. Neste aspecto, toma particular relevância a televisão, a qual "parece pouco receptiva à divulgação das actividades das organizações". "Pode significar que os empreendimentos das ONGA são pouco expressivos em termos de relevância informativa ou a televisão possui outros interesses aos quais precisa atender. Por isso, as ONGA recorrem mais aos jornais, à Internet e à publicação de obras, possibilitando-lhes a divulgação de informação de índole ambiental", acrescenta.Por fim, a investigação mostra que as ONGA consideram a participação pública açoriana "débil". Apesar da sua contribuição para a mediação ambiental, as ONGA açorianas deparam-se com algumas fragilidades em termos estruturais e conjunturais que se prendem com o número reduzido de associados, o regime de voluntariado, a canalização de verbas, a inexistência de recursos materiais e humanos e o sistema de lideranças."(..) Os cidadãos não têm a consciência da dimensão dos problemas ambientais existentes ou que se sentem de algum modo representados pelas ONGA. Por outro lado percebem que possuem pouca influência na alteração das políticas em matéria de ambiente ou não possuem tempo para disponibilizar atenção a estas questões a não ser que estas os afectem directamente e interfiram com o seu quotidiano, conclui o estudo referindo que "perante este quadro é possível aludir que as ONGA, como entidades de representação social, precisam de reflectir sobre os papéis que vêm assumindo no espaço público, quer como formadores da opinião pública nas questões ambientais, quer como actores de pressão na defesa do ambiente".
A tese de Mestrado em Educação Ambiental de Fátima Lina, orientada pelos Professores Paulo Borges e Ana Cristina Palos dos Departamentos de Ciências Agrárias e Ciências da Educação da Universidade dos Açores, analisou cinco associações ambientalistas açorianas com estatuto de organizações não governamentais de ambiente (ONGA)O estudo realça que apesar da sua importante contribuição para a mediação ambiental, as ONGA açorianas deparam-se com algumas fragilidades em termos estruturais e conjunturais que se prendem com o número reduzido de associados, o regime de voluntariado, a canalização de verbas, a inexistência de recursos materiais e humanos e o sistema de lideranças.Segundo a tese, os espaços inter-relacionais das ONGA com o poder político têm sido pautados por uma progressiva cooptação (sistema de organização pela qual uma associação qualquer de pessoas nomeia internamente os seus próprios membros, sem dependência de critérios externos), em que as acções radicais de reivindicação parecem ser substituídas por acções institucionais.Este facto relaciona-se, segundo as ONGA, com a reorganização do aparelho administrativo do Estado, com a necessidade de desenvolvimento de projectos comuns e/ou com contrapartidas financeiras. Neste quadro, realça o estudo, "as intervenções das ONGA sobre este poder tem-se vindo a caracterizar pelo abrandamento nas reivindicações e aposta na construção de consensos (participação em comissões, conselhos regionais…)".Relativamente ao poder económico, o trabalho revela que as ONGA consideram possuir pouca influência, porque a economia açoriana é regulada, maioritariamente, por investimentos públicos e apontam como prioritário o exercício do papel regulador do Estado sobre as empresas dos Açores. "É referido que existe uma discrepância de interesses de ambas as partes que constrange a relação. Enquanto que as ONGA entendem o poder económico como potenciador do desenvolvimento sustentável, este vislumbra-as como potenciais obstrutores à sua actividade", afirma Fátima Lina no seu estudo.A pesquisa demonstra que o espaço de mediação entre as ONGA e a população pode decorrer da capacidade manifestada pelas ONGA na captação da comunicação social como sustentáculo da formação da opinião pública. Neste aspecto, toma particular relevância a televisão, a qual "parece pouco receptiva à divulgação das actividades das organizações". "Pode significar que os empreendimentos das ONGA são pouco expressivos em termos de relevância informativa ou a televisão possui outros interesses aos quais precisa atender. Por isso, as ONGA recorrem mais aos jornais, à Internet e à publicação de obras, possibilitando-lhes a divulgação de informação de índole ambiental", acrescenta.Por fim, a investigação mostra que as ONGA consideram a participação pública açoriana "débil". Apesar da sua contribuição para a mediação ambiental, as ONGA açorianas deparam-se com algumas fragilidades em termos estruturais e conjunturais que se prendem com o número reduzido de associados, o regime de voluntariado, a canalização de verbas, a inexistência de recursos materiais e humanos e o sistema de lideranças."(..) Os cidadãos não têm a consciência da dimensão dos problemas ambientais existentes ou que se sentem de algum modo representados pelas ONGA. Por outro lado percebem que possuem pouca influência na alteração das políticas em matéria de ambiente ou não possuem tempo para disponibilizar atenção a estas questões a não ser que estas os afectem directamente e interfiram com o seu quotidiano, conclui o estudo referindo que "perante este quadro é possível aludir que as ONGA, como entidades de representação social, precisam de reflectir sobre os papéis que vêm assumindo no espaço público, quer como formadores da opinião pública nas questões ambientais, quer como actores de pressão na defesa do ambiente".
(In Canal de Notícias dos Açores)
Etiquetas: Fátima Lina, Mestrado em Educação Ambiental, ONG, tese
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