terça-feira, julho 08, 2008

A exposição a mercúrio na óptica dos profissionais de saúde

Foi apresentada e defendida, no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, a tese de Mestrado em Educação Ambiental de Patrícia Isabel Teixeira Vargas, orientada pela Professora Ana Moura Arroz e Professor Félix Rodrigues dos Departamentos de Ciências da Educação e Ciências Agrárias da Universidade dos Açores".
A tese intitulada "Riscos ocupacionais no Hospital de Santo Espírito (Ilha Terceira): a exposição a mercúrio na óptica dos profissionais" enquadra-se na óptica da Governance do risco.
O mercúrio tem graves impactos a nível da saúde e do ambiente pelo que a prevenção da poluição por este contaminante se reveste de extrema importância. As instituições de saúde representam potenciais fontes de mercúrio devido a eventuais ineficiêcias na gestão de equipamentos e produtos que possuem este metal na sua composição.

Com este estudo pretendeu-se apreender as representações dos profissionais de uma instituição de saúde sobre os riscos associados à exposição a mercúrio e perceber de que modo os conhecimentos sobre o seu ciclo de vida condicionam as suas práticas. O compro metimento individual destes profissionais na redução do risco de exposição a mercúrio quer por alteração das suas práticas pessoais ou laborais no dia-a-dia, quer pela procura de informação sobre a temática, pode também fornecer pistas relevantes sobre o modo como lidam não só com a exposição a este poluente mas também com outros riscos ocupacionais, o que é util à própria gestão de riscos eventualmente liderada pelas administrações de instituições de saúde.

Possívelmente, as exigência legais introduzidas ao longo deste estudo, relativamente à gestão do mercúrio em meio hospitalar relacionar-se-ão com o facto da exposição ocupacional a mercúrio, não consituir, em termos gerais, uma preocupação para os profissionais de saúde estudados, tornando ainda desnecesserário a implementação de um plano de mitigação no Hospital de Santo Espírito.
A sensibilização dos profissionais de saúde relativamente a esta problemática poderá passar por uma comunicação de rico mais activa e eficaz que, de acordo com o perfil dos interlocutores mais credibilizados pelos inquiridos, poderá ser promovida utilizando como veículos de informação preferenciais peritos ou investigadores.

Para os profissionais de saúde do Hospital de Santo Espírito, a exposição ocupacional a mercúrio não é uma preocupação, o que poderá estar associado à crença de que a maioria das suas fontes de emissão já foi eleminada e daquelas que ainda existem, como pilhas ou lâmpadas fluorescentes, estão sujeitas a um processo de gestão adequado. Por outro lado, riscos associados ao contacto com sangue ou outros fluídos contaminados, stress ou posturas incorrextas de trabalho trazem grandes preocupações a esses profissionais de saúde, evidenciando-se nos resultados a necessidade de agilizar estratégias de mediaçã entre administração e profissionais de saúde, de forma a aumentar a eficácia e envolvimento dos diferentes parceiros na gestão desse tipo de riscos na instituição.
(In Diário Insular)

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