Um "mundo" novo para New Bedford
Com um simples primir de uma tecla, Mark Smith pode fazer o mundo girar em frente dos seus olhos.
Sem ter de descolar de foguetão, pode observar de perto o planeta Terra.
Sob o comando dos seus dedos, imagens de furacões, tremores de terra, mudanças de clima, migrações de espécies e outros processos ambientais que afectam o nosso planeta aparecem à sua frente, num globo suspenso.
"É como uma tela vazia que pode ser pintada," adiantou Smith. "Faz com que a ciência terrestre e oceânica ganhe vida."
O biológo marinho natural da Austrália é o novo director do Ocean Explorium, que deverá abrir na Baixa de New Bedford, no princípio de Julho.
O globo suspenso, denominado Science on a Sphere, que foi criado por cientistas da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), será a sua peça central. Pesando 50 libras e medindo 68 polegadas de diâmetro, a esfera cria, com a ajuda de quatro computadores, efeitos visuais deslumbrantes, utilizando dados científicos colhidos em tempo real por satélite e proporcionando uma perspectiva da Terra semelhante à que é vista por um astronauta.
"Permite ligar as pessoas à ciência," afirmou Smith, acrescentando que o globo pode simultaneamente retratar a beleza e fragilidade do planeta.
A esfera, que custou $250,000, é o único exemplar existente na Nova Inglaterra e uma de um conjunto de cerca de 20 instaladas em museus, planetários e centros científicos por toda a nação.
"É a primeira vez que teremos um espaço físico como este, em que a esfera serve de atracção principal," explicou Smith.
A missão do Explorium é funcionar como centro para fomentar a compreensão pública sobre as ciências, com particular ênfase nos oceanos, nomeadamente na sua protecção, recuperação, poluição e sustentabilidade. O projecto resulta de uma parceria entre a UMass Dartmouth e o New Bedford Oceanarium e deverá custar $3,5 milhões.
Localizado no antigo edifício do banco New Bedford Institution for Savings, na Union Street, o Explorium contará com exposições interactivas, ambientes aquáticos e outras iniciativas de alcance comunitário.
"Tiraremos proveito da nossa ligação local ao oceano," salientou Smith. "New Bedford é um local ideal para destacar esta actividade."
O director está presentemente a desenvolver uma série de exposições marinhas interactivas para complementar a esfera e despertar o interesse dos seus visitantes para as ciências e conservação do meio-ambiente.
"Queremos explorar todas as formas que os seres humanos interagem com o oceano," informou Smith. "Iremos abordar a ciência em vários níveis - emotivamente, com um tanque em que as pessoas podem tocar algumas espécies, didacticamente com a esfera e interactivamente através de um laboratório."
Ele antecipa que outras instituições locais colaborem no projecto, de modo a proporcionar à comunidade em geral uma abordagem mais abrangente, estimulante e acessível sobre os oceanos.
Smith também frisa a singularidade da iniciativa, notando que se trata apenas da segunda vez a nível mundial que um projecto deste género tem como parceiro uma universidade.
"A imaginação é o limite," sublinhou.
Frank Muller-Karger, Dean da Faculdade de Ciências e Tecnologia Marinhas da UMass Dartmouth, adiantou que é crucial providenciar-se oportunidades de aprendizagem a indivíduos de todas as idades, para que possam agir como protectores dos oceanos e de seus recursos.
"Muitas pessoas temem a ciência e não devia ser assim," adiantou. "Temos de assegurar que esta imagem é reparada. Este é o tipo de mensagem científica que temos de transmitir... desvendar um pouco do mistério e ajudar as pessoas a compreender quanto o oceano pode ser útil."
Para ele, todos os elementos certos para difundir esta mensagem importante estão presentes em New Bedford.
"Temos uma história rica, a tecnologia, as pescas, os recursos, as pessoas ligadas ao oceano, a diversidade cultural e étnica... todos estes elementos fazem desta uma experiência única."
O Mayor de New Bedford, Scott W. Lang, concorda e vai mais longe adiantando que o Explorium atrairá mais visitantes até New Bedford.
"Será mais um peça educativa na paisagem de New Bedford," referiu. "Será uma tremenda atracção e complementará perfeitamente o porto de pesca, o Museu da Baleia, o Parque Nacional, o [teatro] Zeiterion... trará famílias à Baixa de New Bedford. As pessoas poderão sentir a história quando palmilharem a calçada. Poderá deixar uma impressão muito duradoura."
De facto.
Smith, que chegou a New Bedford há quase um ano, confessa que se sentiu atraído por esta área devido à sua relação com o mar, à sua história e à afinidade que sente por Portugal.
Durante sete anos, Smith foi o líder científico do Oceanário de Lisboa, que dispõe de mais de 16.000 animais marinhos, desde tubarões a peixes bastante pequenos.
Esbanjando modéstia, prefere minimizar o trabalho que realizou no Oceanário e enaltecer em vez disso o trabalho de equipa.
"A minha missão era formar uma equipa para realizar um sonho," salientou.
A missão foi cumprida. O Oceanário, inaugurado há 10 anos, continua a florescer e a ser uma das atracções principais de Lisboa, proporcionado actividades divertidas e educacionais para visitantes de todas as idades.
Agora, gostaria de concretizar o mesmo na Cidade Baleeira.
"Apesar do Oceanário de Lisboa ser maravilhoso, isto [Explorium], quando completo, poderá ser mais eficaz e repetido," informou.
Smith, que também trabalhou no aquário de Barcelona e no Sea World na Austrália, realçou que o Explorium é um projecto estimulante porque proporciona uma experiência mais interactiva do que os aquários tradicionais.
"Estou aqui para ensinar ciências," frisou. "Estou intrigado com o projecto, com o seu custo-benefício. O de Lisboa custou $70 milhões e precisa de $5 milhões por ano para despesas de manutenção. Este projecto custa apenas $3,5 milhões."
Quando questionado sobre se o Explorium poderia eventualmente desempenhar algum papel na colaboração que a UMass está a cimentar com a Universidade dos Açores, Smith mostrou-se entusiasmado.
"Os Açores são uma comunidade geográfica isolada incrivelmente rica," adiantou. "Há muito ali para contar. Seria óptimo."
Inicialmente o Explorium abrirá aos sábados. Actualmente, o desafio é conseguir verbas e o apoio da comunidade em geral, segundo Smith.
"Sou um amante da preservação dos oceanos e de trabalhar com a comunidade," frisou. "Podemos ter muito sucesso, se trabalharmos com todos. E as pessoas parecem estar positivamente inclinadas e bastante interessadas."
Sem ter de descolar de foguetão, pode observar de perto o planeta Terra.
Sob o comando dos seus dedos, imagens de furacões, tremores de terra, mudanças de clima, migrações de espécies e outros processos ambientais que afectam o nosso planeta aparecem à sua frente, num globo suspenso.
"É como uma tela vazia que pode ser pintada," adiantou Smith. "Faz com que a ciência terrestre e oceânica ganhe vida."
O biológo marinho natural da Austrália é o novo director do Ocean Explorium, que deverá abrir na Baixa de New Bedford, no princípio de Julho.
O globo suspenso, denominado Science on a Sphere, que foi criado por cientistas da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), será a sua peça central. Pesando 50 libras e medindo 68 polegadas de diâmetro, a esfera cria, com a ajuda de quatro computadores, efeitos visuais deslumbrantes, utilizando dados científicos colhidos em tempo real por satélite e proporcionando uma perspectiva da Terra semelhante à que é vista por um astronauta.
"Permite ligar as pessoas à ciência," afirmou Smith, acrescentando que o globo pode simultaneamente retratar a beleza e fragilidade do planeta.
A esfera, que custou $250,000, é o único exemplar existente na Nova Inglaterra e uma de um conjunto de cerca de 20 instaladas em museus, planetários e centros científicos por toda a nação.
"É a primeira vez que teremos um espaço físico como este, em que a esfera serve de atracção principal," explicou Smith.
A missão do Explorium é funcionar como centro para fomentar a compreensão pública sobre as ciências, com particular ênfase nos oceanos, nomeadamente na sua protecção, recuperação, poluição e sustentabilidade. O projecto resulta de uma parceria entre a UMass Dartmouth e o New Bedford Oceanarium e deverá custar $3,5 milhões.
Localizado no antigo edifício do banco New Bedford Institution for Savings, na Union Street, o Explorium contará com exposições interactivas, ambientes aquáticos e outras iniciativas de alcance comunitário.
"Tiraremos proveito da nossa ligação local ao oceano," salientou Smith. "New Bedford é um local ideal para destacar esta actividade."
O director está presentemente a desenvolver uma série de exposições marinhas interactivas para complementar a esfera e despertar o interesse dos seus visitantes para as ciências e conservação do meio-ambiente.
"Queremos explorar todas as formas que os seres humanos interagem com o oceano," informou Smith. "Iremos abordar a ciência em vários níveis - emotivamente, com um tanque em que as pessoas podem tocar algumas espécies, didacticamente com a esfera e interactivamente através de um laboratório."
Ele antecipa que outras instituições locais colaborem no projecto, de modo a proporcionar à comunidade em geral uma abordagem mais abrangente, estimulante e acessível sobre os oceanos.
Smith também frisa a singularidade da iniciativa, notando que se trata apenas da segunda vez a nível mundial que um projecto deste género tem como parceiro uma universidade.
"A imaginação é o limite," sublinhou.
Frank Muller-Karger, Dean da Faculdade de Ciências e Tecnologia Marinhas da UMass Dartmouth, adiantou que é crucial providenciar-se oportunidades de aprendizagem a indivíduos de todas as idades, para que possam agir como protectores dos oceanos e de seus recursos.
"Muitas pessoas temem a ciência e não devia ser assim," adiantou. "Temos de assegurar que esta imagem é reparada. Este é o tipo de mensagem científica que temos de transmitir... desvendar um pouco do mistério e ajudar as pessoas a compreender quanto o oceano pode ser útil."
Para ele, todos os elementos certos para difundir esta mensagem importante estão presentes em New Bedford.
"Temos uma história rica, a tecnologia, as pescas, os recursos, as pessoas ligadas ao oceano, a diversidade cultural e étnica... todos estes elementos fazem desta uma experiência única."
O Mayor de New Bedford, Scott W. Lang, concorda e vai mais longe adiantando que o Explorium atrairá mais visitantes até New Bedford.
"Será mais um peça educativa na paisagem de New Bedford," referiu. "Será uma tremenda atracção e complementará perfeitamente o porto de pesca, o Museu da Baleia, o Parque Nacional, o [teatro] Zeiterion... trará famílias à Baixa de New Bedford. As pessoas poderão sentir a história quando palmilharem a calçada. Poderá deixar uma impressão muito duradoura."
De facto.
Smith, que chegou a New Bedford há quase um ano, confessa que se sentiu atraído por esta área devido à sua relação com o mar, à sua história e à afinidade que sente por Portugal.
Durante sete anos, Smith foi o líder científico do Oceanário de Lisboa, que dispõe de mais de 16.000 animais marinhos, desde tubarões a peixes bastante pequenos.
Esbanjando modéstia, prefere minimizar o trabalho que realizou no Oceanário e enaltecer em vez disso o trabalho de equipa.
"A minha missão era formar uma equipa para realizar um sonho," salientou.
A missão foi cumprida. O Oceanário, inaugurado há 10 anos, continua a florescer e a ser uma das atracções principais de Lisboa, proporcionado actividades divertidas e educacionais para visitantes de todas as idades.
Agora, gostaria de concretizar o mesmo na Cidade Baleeira.
"Apesar do Oceanário de Lisboa ser maravilhoso, isto [Explorium], quando completo, poderá ser mais eficaz e repetido," informou.
Smith, que também trabalhou no aquário de Barcelona e no Sea World na Austrália, realçou que o Explorium é um projecto estimulante porque proporciona uma experiência mais interactiva do que os aquários tradicionais.
"Estou aqui para ensinar ciências," frisou. "Estou intrigado com o projecto, com o seu custo-benefício. O de Lisboa custou $70 milhões e precisa de $5 milhões por ano para despesas de manutenção. Este projecto custa apenas $3,5 milhões."
Quando questionado sobre se o Explorium poderia eventualmente desempenhar algum papel na colaboração que a UMass está a cimentar com a Universidade dos Açores, Smith mostrou-se entusiasmado.
"Os Açores são uma comunidade geográfica isolada incrivelmente rica," adiantou. "Há muito ali para contar. Seria óptimo."
Inicialmente o Explorium abrirá aos sábados. Actualmente, o desafio é conseguir verbas e o apoio da comunidade em geral, segundo Smith.
"Sou um amante da preservação dos oceanos e de trabalhar com a comunidade," frisou. "Podemos ter muito sucesso, se trabalharmos com todos. E as pessoas parecem estar positivamente inclinadas e bastante interessadas."
(In O Jornal)
Etiquetas: cooperação, Dartmouth, Museu. Exposição, New Bedford
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