sábado, maio 03, 2008

Governo Regional pede explicações à Defesa sobre contaminação nas Lajes

O Governo Regional dos Açores solicitou oficialmente ao Ministério da Defesa informações sobre documentos que expliquem a localização, estado de conservação e impactos ambientais das infra-estruturas de distribuição de combustíveis na Base das Lajes.
André Bradford, representante açoriano na Comissão Bilateral de Acompanhamento do Acordo entre Portugal e EUA para utilização da Base das Lajes, disse à agência Lusa que "não tem conhecimento de qualquer contaminação da água de consumo público na ilha Terceira".
André Bradford reagia a uma notícia da RDP/Açores que avançava que "em quatro zonas existe contaminação dos solos" de acordo com a análise feita a diversos documentos por peritos da Universidade dos Açores e de instituições privadas".
"A contaminação dos solos é elevada com hidrocarbonetos e metais pesados" avança a notícia que dá conta de "perigo para a saúde humana".
Um investigador do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, Félix Rodrigues confirmou à Lusa que tomou contacto com um estudo hidrológico de 2005, efectuado por empresas norte-americanas, cujos valores, no seu entender, "são preocupantes" em termos de contaminação dos solos. Diz mesmo que em alguns casos "dramaticamente preocupantes".
De acordo com a informação daquela estação de rádio "o mais grave é a contaminação do aquífero base da Ilha Terceira de onde é extraída a água para consumo humano que está contaminada com hidrocarbonetos em suspensão com 26 centímetros de altura".
Segundo André Bradford "as autarquias de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória (os dois concelhos da ilha Terceira) garantiram que as análises à água de consumo público são realizadas periodicamente e encontram-se com qualidade até superior à de outras ilhas", adiantou.
Também o vice-presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Paulo Messias, negou, em declarações à Lusa, que "exista qualquer contaminação da água para abastecimento público".
"As análises confirmam exactamente o contrário", frisou o vereador, ainda que admita "existir uma pluma de combustível na primeira parte do aquífero que não tem ligação ao abastecimento público".
Mas, garantiu, "vamos fazer um estudo para apurar em que direcção a pluma se dirige".
Paulo Messias revelou que a preocupação da autarquia vai para o facto de "os americanos efectuarem furos para captação posterior de água, sem qualquer controlo da autarquia".
Por seu turno o presidente da autarquia de Angra do Heroísmo, José Pedro Cardoso, escusou-se a comentar a notícia adiantando que "a qualidade da água do concelho está bem e recomenda-se".
"As mais recentes análises revelam que não existe qualquer poluição nem de hidrocarbonetos, nem metais pesados ou qualquer outro", especificou.
"Não pagam a água que consomem e os seus furos podem originar a salinização da água de consumo no concelho", disse.
JAS.
(In Lusa)

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