Antigos alunos da UAç reúnem-se

Todos os anos, desde 1990, um grupo de antigos alunos da Universidade dos Açores (UAç) reúne-se para relembrar os momentos mais significativos da sua passagem pela instituição nos agora saudosos anos 80 do Século XX.
A Reunião de Universitários dos Açores (RUA) junta sempre algumas dezenas de antigos alunos, quase todos do Continente, no último fim-de-semana de Agosto. Mas este ano, o vigésimo destes encontros, é especial pois foi Ponta Delgada o local escolhido para o que deverá ser o mais participado encontro de sempre, com cerca de 80 pessoas.
Ponta Delgada acolhe vigésimo encontro
A vigésima Reunião de Universitários dos Açores (RUA) acontece em Ponta Delgada nos dias 28, 29 e 30 de Agosto. O primeiro dia do encontro (sexta-feira) começa com uma concentração no Campo de São Francisco, às 14 horas, seguida de um passeio pela cidade e arredores. Às 17 horas, dá-se nova concentração, agora nas Portas do Mar e, às 19 horas, haverá uma missa por intenção dos antigos alunos já falecidos. Às 20 horas, haverá o “regresso a casa”, com um jantar na Cantina da Universidade dos Açores.
O segundo dia (sábado) começa com uma concentração às 10 horas, seguida de uma visita às Furnas, onde haverá um almoço de cozido às 13 horas. Às 18 horas, tem lugar a visita a uma fábrica de chá e o jantar será de novo às 20 horas. No domingo, dia 30, está ainda prevista uma visita à Gruta do Carvão. -->A primeira Reunião de Universitários dos Açores teve lugar em 1990, em Coimbra. O normal é reunirem-se entre 30 a 50 pessoas. “Há um núcleo duro destes encontros que todos os anos se junta e depois, conforme o lugar onde é realizado o encontro, aparecem mais ou menos antigos alunos”, explica ao Açoriano Oriental Paulo Macedo, um dos organizadores do encontro deste ano, natural de Vila Nova de Gaia, professor de História em Ponta Delgada e hoje com 41 anos. Paulo já tinha organizado uma reunião de antigos universitários dos Açores na sua terra natal e, por juntar sobretudo antigos alunos do Continente, até este ano, a RUA teve sempre lugar fora dos Açores, de norte a sul do país, em sítios como Braga, Olhão ou Tomar. Mas passados 20 anos, o que é que estão a fazer esses antigos alunos da Universidade dos Açores? “São pessoas de uma época em que os cursos eram quase todos virados para o ensino e daí quase todos serem professores, na sua maioria a trabalhar no Continente”, responde Paulo Macedo. No tempo que era estudante da Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, quase tudo era diferente. Os alunos eram quase todos do Continente e tinham vindo para os Açores na sua maioria por terem falhado a entrada nas universidades da sua preferência. Os poucos alunos açorianos eram, na sua maioria, trabalhadores-estudantes, que não frequentavam a universidade durante o dia, como os alunos regulares. O conhecimento sobre os Açores no Continente era pouco ou quase nenhum e o que começou quase por ser um ‘exílio’ acabou em muitos casos como terra de adopção ou local que marcou para toda a vida, como foi o caso de Paulo, que guardou desse tempo a “camaradagem, os meus amigos de hoje, que são desse tempo e o relacionamento excelente com alguns professores”. O espírito de comunidade era, por isso, muito maior. “No final dos anos 80, a universidade era um liceu onde todos se conheciam. É muito bom encontrar pessoas dessa época, incluindo os funcionários da Universidade e ver o sentido de amizade que permaneceu. A Universidade dos Açores tem crescido muito em termos de estruturas e até pode ser um defeito de nostalgia da minha parte, mas não vejo hoje uma Semana Académica ter a dimensão que tinha na altura. Além disse, era um tempo de jornais académicos e de duas ou três listas a concorrerem para a Associação Académica. Não vejo isso hoje, com uma ou outra excepção”, recorda Paulo Macedo. Da sociedade açoriana dos anos 80, Paulo salienta a sua “evolução e maior abertura” de hoje, por comparação com a sociedade “muito mais fechada” que encontrou quando chegou a Ponta Delgada.
(In Rui Jorge Cabral - Açoriano Oriental)