sábado, maio 10, 2008

Água não está poluída

A cônsul dos EUA nos Açores, Jean Manes, ontem, após uma reunião com o presidente da autarquia da Praia da Vitória voltou a sublinhar que “a água de consumo público não está poluída”.
Jean Manes assegura que está disponível para “colaborar em qualquer estudo independente e disponibilizar a informação recolhida” pelos americanos.
A cônsul, que debateu com o autarca a eventual contaminação dos aquíferos nos arredores da base militar, recusou responder às questões dos jornalistas.
O presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, após a reunião, revelou que recebeu informações sobre “resultados de 2007 e 2008 de trinta e cinco postos de monitorização instalados em torno das zonas supostamente contaminadas”.
“Estes postos foram instalados em 2006 e como consequência do relatório da empresa americana elaborado no ano anterior”, acrescentou o presidente da edilidade praiense.
Roberto Monteiro revelou ainda que foi informado que os postos monitorizam a profundidades de 17,5 metros e que no corrente ano serão instalados mais oito para colher amostras a uma profundidade superior a 35 metros”.
A restante documentação “será entregue até ao final desta semana para que esteja disponível quando decorrer a primeira reunião operativa com o LNEC, que vai efectuar o estudo hidro-geológico nas zonas suspeitas.
Roberto Monteiro sublinhou ainda que “os americanos estão disponíveis para aceitar os resultados das conclusões do estudo em causa, porém, condicionaram essa aceitação até saberem quem são os técnicos da equipa do LNEC. “Uma atitude normal porque a aceitação dos resultados carece dum reconhecimento e da validação da equipa do seu reconhecimento internacional”, explicou.
Roberto Monteiro reafirmou que depois de apuradas as responsabilidades “terão de ser tomadas, em conjunto com o governo regional, todas as medidas ao seu alcance incluindo o recurso a tribunais internacionais se for esse o caso”.
“O epílogo deste assunto só pode ser o de obrigar a assumir os encargos das correcções a quem quer que tenha provocado os estragos”, garantiu.

LNEC estuda águas da Praia

O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) vai elaborar hidro-geológico para apurar se existe poluição dos solos ou contaminação de aquíferos devido aos combustíveis dos militares norte-americanos na Base das Lajes. O estudo foi anunciado por Roberto Monteiro, presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, e surge na sequência de um relatório elaborado por uma empresa norte-americana, em 2005, que aponta para um "perigo potencial" de contaminação dos aquíferos nos arredores da base militar.Segundo Roberto Monteiro, o Executivo Regional disponibilizou ao município, através da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, os meios financeiros necessários "para a elaboração do estudo", que visa "clarificar a situação".As datas para a realização deste estudo serão anunciadas brevemente, comentou o autarca, alegando que num primeiro contacto, o LNEC demonstrou total disponibilidade para estudar a problemática e propor medidas correctivas se for necessário. “Contactamos vários especialistas e todos foram unânimes em reconhecer que o LNEC é uma entidade idónea e competente” – explicou. Roberto Monteiro sustentou ser "fundamental avaliar se há ou não contaminação, o grau de risco e quais os processos para a sua correcção"."Após o estudo, sejam quais forem as conclusões, as partes serão responsabilizadas e usaremos todos os meios ao nosso alcance, e até às últimas consequências, para que tal seja feito", garantiu o autarca. Roberto Monteiro admite que no concelho "sempre houve reticências sobre eventuais poluições com a montagem e desactivação de tanques de combustíveis". "É por isso que o que vai ser feito agora já há muito que deveria ter sido realizado", acrescentou. O presidente da Câmara Municipal disse não saber "se o Ministério da Defesa conhece ou não relatórios de empresas norte-americanas sobre a eventual contaminação de aquíferos do concelho". "Se o Ministério da Defesa tem conhecimento que acções promoveu para resolver o problema, e se não tem é, no mínimo, criticável a atitude do comando norte-americano em não ter revelado às autoridades portuguesas o seu conteúdo", afirmou Roberto Monteiro. O autarca estranhou ainda o facto desta matéria ter sido publicada nos jornais sem que a autarquia e Estado tivessem conhecimento oficial sobre eventuais relatórios que colocam a hipótese de contaminação dos aquíferos e dos solos.O presidente do município praiense disse ainda que "mesmo que a contaminação venha a revelar-se apenas ao nível superficial dos solos a questão põe-se na alimentação humana uma vez que os animais de leite e carne são alimentados, sobretudo, de erva das pastagens". "Porém vamos evitar especulações e aguardar as conclusões do estudo para então apurarmos responsabilidades e encontrar soluções para o problema", finalizou.

Água para consumo com qualidade


"As análises que a câmara faz, tal como todas as câmaras do país, não indicam qualquer contaminação da água para consumo pelas populações", garantiu Roberto Monteiro, aos jornalistas.O autarca praiense, que se fez acompanhar de vários relatórios, assegurou que “em caso algum a Câmara detectou situações anómalas na água para consumo doméstico”. Monteiro explicou também que a autarquia esteve, desde a primeira notícia, a investigar todas as análises realizadas e não encontrou nenhum parâmetro anormal ou vestígio de contaminação das águas. “A água que estamos a fornecer à população está em óptimas condições” – avisa.

(In A União)

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