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Os Açores têm características únicas para a exploração de fundos marinhos e de fontes termais. Quem o diz (já ouvimos de outras bocas) é um professor alemão, perito em biotecnologia industrial e consultor para o plano estratégico do Instituto de Biotecnologia e Biomedicina dos Açores, e que passou por Angra, na semana que agora termina, e aqui fez uma palestra sobre o tema.Deixou vincada a importância da exploração dos fundos marinhos e das fontes hidrotermais porque ali existem organismos que podem vir a resolver alguns dos problemas com que o mundo se debate. Deu como exemplos a necessidade de energias limpas e o problema da existência de bactérias resistentes aos antibióticos que - quem sabe - poderão ser resolvidos com material existente nas fontes termais.Para sermos produtivos é imperioso que funcionemos em rede, a começar pelos recursos disponíveis nos sistemas regionais (IBBA, Parque tecnológico de S. Miguel e Centro de Ciências do Mar do Faial) e indo até às redes europeias e mundiais. Esse poderá ser o segredo de caminhar depressa.Nunca devemos perder de vista a noção da riqueza potencial que os fundos marinhos e as fontes hidrotermais encerram e caso nos seja difícil liderar o processo do ponto de vista científico porque não dispomos de recursos humanos e financeiros suficientes e tenhamos que nos “encostar” a quem os tenha, ao menos saibamos ter a ambição de nos integrarmos abundantemente nessas equipas de conhecimento de ponta e sejamos os primeiros e os principais beneficiários materiais desses recursos. É que se não soubermos liderar o processo, pode acontecer-nos o mesmo que acontece a muitos países produtores de petróleo: as grandes potências instalam-se e sugam os recursos para o exterior, nunca esquecendo de localmente fazerem enriquecer uns tantos.

(in Diário Insular)