Governo atrasa injecção de dinheiro nas universidades devido à crise financeira
Governo atrasa injecção de dinheiro nas universidades devido à crise financeira.
Universidades em colapso financeiro tinham acordos com o Governo, que previam o pagamento em Março. Agora, o Ministério das Finanças quer avaliar a crise antes de pagar em Junho. Madalena Queirós
As universidades em colapso financeiro são a mais recente vítima da crise económica que afecta o nosso país. Previstos para Março passado os contratos de saneamento que previam um reforço orçamental para as universidades em risco de colapso foram adiados para a segunda metade do ano.O processo foi travado pelo Ministério das Finanças que pretende fazer uma avaliação da situação financeira do país até ao final de Junho. Só depois as transferências serão retomadas, segundo uma explicação avançada às instituições pelo ministério da Ciência e Ensino Superior. Contactado pelo Diário Económico, o Ministério das Finanças não quis fazer qualquer comentário a fazer. Já o ministro do Ensino Superio, Mariano Gago, diz que “não há contrato nenhum”, referindo apenas que a situação orçamental das universidades continuará a ser acompanhada.Para já, enquanto não é solucionada a ruptura financeira destas instituições o Governo disponibilizou cerca de 9,5 milhões de euros para garantir que quatro universidades (Açores, Algarve, Évora, e UTAD) e três politécnicos (Bragança, Portalegre e Viana do Castelo) terão verbas para pagar os salários do próximo mês e o subsídio de férias. Este montante já estava previsto no Orçamento de Estado de 2008, mas esta transferência de verbas apenas adia o problema, já que o risco de colapso financeiro se mantém. “Este primeiro reforço de 1,8 milhões de euros permite à universidade sobreviver no próximo mês, caso contrário não poderíamos pagar salários e subsídio de férias”, disse ao Diário Económico o reitor da Universidade dos Açores, Avelino de Meneses. O défice desta universidade, já atingiu os 5,3 milhões de euros.Ontem, no Parlamento, Mariano Gago contornou estas dificuldades financeiras com o anúncio de cerca de 130 milhões de euros do QREN para obras e equipamentos prioritários nas universidades e institutos politécnicos. Montantes que serão atribuídos ainda em 2008. Durante o debate de urgência sobre o financiamento do ensino superior, o PCP apresentou um projecto de resolução que recomenda ao Governo a aprovação de medidas de emergência para responder às situações de colapso financeiro das instituições. O deputado comunista, António Filipe refere que “a maior parte das instituições não têm dinheiro para pagar salários até ao final do ano”, apontando uma quebra de 15% no investimento por aluno desde 2003. Para o ministro da Ciência, Ensino Superior, não houve qualquer redução já que a verba transferida para o ensino superior representou cerca de 1,2% do PIB, de 2005 a 2007.130 milhões para obrasCerca de 130 milhões de euros será a verba do Quadro da Referência Estratégico Nacional (QREN) que estará disponível em 2008 para obras nas instituições, anunciou o ministro da Ciência e Ensino Superior. Construção de um novo edifício na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e obras no Instituto Abel Salazar, na Faculdade de Medicina de Coimbra, na Escola da Saúde da Universidade de Aveiro.
(In Diário Económico)
Etiquetas: Finaciamento, Universidade
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