segunda-feira, abril 28, 2008

Ensino Superior: Portugal é "exemplo positivo"

O ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, desvalorizou esta quinta-feira a referência da OCDE a Portugal como um país onde tem diminuído o investimento público no Ensino Superior, considerando que as instituições têm conseguido atrair investimento privado, noticia a Lusa.
À margem da apresentação de um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre «O Ensino Superior na Sociedade do Conhecimento», Mariano Gago salientou que «o relatório analisa o financiamento do ensino superior de 24 países e ele decresceu por aluno em quase todos esses países».
«Verifica-se que, se é que o financiamento público decresceu ligeiramente em Portugal na última década, também aumentou significativamente a possibilidade de as instituições do ensino superior atraírem investimentos privados, coisa que não acontecia em Portugal há uma década atrás», disse, salientando que o relatório apresenta «Portugal, em muitos aspectos, como um exemplo positivo de reformas».
O relatório, realizado nos 24 países da OCDE ao longo de três anos, indica que Portugal é um dos países da OCDE onde é financeiramente mais vantajoso tirar um curso superior, acrescentando que as vantagens não são apenas financeiras.
Os países também lucram, já que elevadas taxas de diplomados ajudam indirectamente à diminuição da mortalidade infantil, aumento da esperança de vida e redução da pobreza, assim como na diminuição da taxa de crimes e numa maior estabilidade política e democratização, indica ainda o documento.
Sobre Portugal, o relatório aborda em termos comparativos a reforma em curso no ensino superior, nomeadamente o reforço da autonomia das instituições e a possibilidade da criação de fundações públicas com regime de direito privado e o reforço do sistema binário entre Universidades e Politécnicos.
Salienta ainda como pontos positivos o novo regime de acesso de adultos ao ensino superior, o crescimento de diplomados em ciência e tecnologia e a criação de um sistema independente de acreditação e avaliação da qualidade dos cursos e instituições.
No entanto, e apesar dos resultados favoráveis, Mariano Gago reconhece que «Portugal chegou tarde à ciência e chegou tarde à educação superior».
(In Portugal Diário)

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