quinta-feira, janeiro 20, 2011

Luta contra mosca da fruta estendida à ilha de São Jorge

Arrancou hoje, no Funchal, a primeira reunião de parceiros no âmbito do projeto "CABMEDMAC", dedicado ao combate à mosca da fruta nos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde.A grande novidade é a extensão do combate à mosca da fruta à ilha de São Jorge, cuja monitorização deve arrancar ainda este ano, com a colocação de armadilhas sobretudo nas zonas da Urzelina e do Norte Grande.Segundo o responsável pelo projeto na Universidade dos Açores, David Horta Lopes, esta é uma praga que na Terceira provoca estragos significativos, nomeadamente nas culturas de maçã. "Nalguns casos, pontuais é claro, os danos são tais que os agricultores não podem entregar a sua colheita na cooperativa".Quanto a São Jorge, a dimensão da presença da praga é desconhecida, existindo, por enquanto, apenas "muitas queixas dos agricultores".Os efeitos da infestação são visíveis. A mosca causa um orifício no fruto, coloca ovos e a zona em torno apodrece.Na ilha Terceira está prevista a dispersão de machos esterilizados, produzidos numa biofábrica na Madeira, a partir de 2012. Algumas zonas mais afetadas pela infestação são Biscoitos, Porto Judeu e Feteira.Outros objetivos do projeto são a implementação e manutenção da rede de armadilhas nas ilhas da Terceira, São Jorge, mas também na Madeira e Cabo Verde e a prospeção e testagem de plantas bioativas e sua aplicação no combate à mosca da fruta.No campo da dispersão de machos esterilizados como forma de combate às infestações está previsto que "como aplicação dos projetos Madeira-Med, Interfruta e Interfruta II, realizar-se-ão ensaios de compatibilidade e de competitividade sexual utilizando machos esterilizados produzidos na Biofábrica do programa Madeira-med, no campo, em jaulas de rede, para avaliação do desempenho e eficácia dos machos esterilizados em relação às populações selvagens de machos e principalmente de fêmeas, na ilha de Tenerife (Canárias) e na ilha de São Jorge".Ainda outra das metas é a realização de jornadas temáticas para abordagem da problemática da mosca da fruta, destinadas a técnicos, produtores e público em geral, bem como a apresentação de painéis e comunicações em seminários, encontros científicos nacionais e internacionais.O chefe de fila do projeto é a Universidade dos Açores, através do departamento de Ciências Agrárias, sendo parceiros a secretaria regional do Ambiente e dos Recursos Naturais da Madeira, a Universidad de La Laguna, Cabildo Insular de Tenerife e o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA)- Cabo Verde.
(in Diário Insular)